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Primeiro dia de conferência em Buenos Aires destaca vantagens da rastreabilidade

Organização Mundial de Saúde Animal acredita que a rastreabilidade diminui os riscos com doenças e dão garantia ao consumidor.

Redação (24/03/2009) – Melhorar a produção animal no mundo para atender à demanda, diminuir os riscos com as doenças e dar aos consumidores garantia dos alimentos que encontram nas prateleiras dos mercados. Tais fatores foram citados como vantagens dos sistemas de identificação e rastreabilidade na maior parte das apresentações do primeiro dia da Conferência da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) que acontece em Buenos Aires até esta quarta-feira (25).

O diretor-geral da OIE, Bernard Vallat, destacou as vantagens do sistema como alguns dos desafios propostos a partir do evento, bem como ajudar a construir sistemas de produção animal sustentáveis e trabalhar para que os serviços veterinários dos setores público e privado estejam alinhados. Para tanto, o papel da OIE é propor pesquisas para o desenvolvimento de ferramentas mais baratas e eficazes de identificação e rastreabilidade. Outra preocupação é quanto à capacitação de agentes para o emprego dessas ferramentas. "Tudo isso conduz a um aumento da confiança do consumidor", enfatizou Vallat.

O diretor da OIE lembrou também que se o controle de doenças animais está relacionado à segurança alimentar, esta tem um vínculo forte com a saúde pública. A diminuição da pobreza, a partir do aumento da produtividade e facilidade de acesso a determinados mercados também foram apontados como benefícios da rastreabilidade, acompanhado de um comentário que merece a atenção de qualquer um em tempos de crise: "o estabelecimento de padrões pode evitar barreiras comerciais injustificadas".

Acessível e sustentável – Lourens Bosman, presidente da Federação Internacional de Produtores Agropecuários (Fipa) e produtor rural na África do Sul, defendeu a adoção de sistemas adaptados às necessidades dos produtores rurais. "Os sistemas têm de ser simples, compatíveis com o tamanho das propriedades e fáceis de trabalhar", disse. Por esta razão, Bosman considera fundamental que os produtores participem do desenvolvimento dos programas de identificação e rastreabilidade que serão adotados em seu países e que o custo seja distribuído em todos os elos da cadeia. Para Barry O”Neil, presidente do Comitê Internacional da OIE, o sucesso dos sistemas de rastreabilidade depende de três fatores: que sejam fáceis de entender, de operar e de auditar.

Michel Scannell, assessor da diretoria de Saúde e Bem Estar Animal da Comissão Europeia de Defesa do Consumidor, usou o exemplo europeu e apontou o compromisso político, o apoio financeiro e os interesses comerciais como os fatores responsáveis pelos avanços das políticas nessa área. Sobre as negociações com o Brasil, Scannell enfatiza que não há nenhum tipo de barreira, e sim exigências de cumprimento de acordos firmados entre as partes. Para ele, é o momento dos produtores procurarem seus parceiros dentro da cadeia produtiva para viabilizar seus sistema de rastreabilidade. "A União Europeia paga mais pela carne, portanto os frigoríficos devem pagar mais pelo produto que compram do produtor. O dinheiro deve fluir livremente pela cadeia para viabilizar a rastreabilidade".

No segundo dia de conferência, serão discutidas as perspectivas e experiências dos setores públicos e privados em identificação e rastreabilidade.