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RS intensifica orientação sobre controle ambiental no meio rural

<p>Na execução da medida foram considerados os 15 mil produtores que compõem a cadeia produtiva.</p>

Redação (06/10/06)- O projeto Controle da Contaminação Ambiental decorrente da suinocultura no Rio Grande do Sul – orçado em R$ 1,2 milhão, com financiamento pelo Governo do Estado e Banco Mundial (Bird) – conta com o apoio da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Emater, Secretaria da Agricultura e Abastecimento, por sindicatos e associações de produtores e integra o primeiro módulo do Programa Nacional do Meio Ambiente (PNMA) no Estado. Os dados – coletados em 1,3 mil propriedades situadas em 53 municípios servidos pela bacia Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo (U-30), composta pelos rios Amandaú, Buricá, Santa Rosa, Comadaí, Ogarantin, Santo Cristo, Turvo e Guarita.

“A abrangência social do projeto, transformando conflitos ambientais em potencialidades econômicas, nos leva a pretender replicar a experiência nas demais regiões a partir de junho de 2007”, afirma o coordenador Niro Afonso Pieper. O técnico explica que na execução da medida foram considerados os 15 mil produtores que compõem a cadeia produtiva e o destacado papel da suinocultura na economia regional e nas exportações.

Uma das etapas foi o monitoramento, durante quatro meses, das sub-bacias Santo Cristo e Erval Novo, na Fronteira Noroeste, enquadradas em situação crítica. “Com a coleta de amostras, medição de vazão, análise das propriedades físico-químicas da qualidade da água e de levantamento da fauna de macroinvertebrados bentônicos, buscou-se aferir a responsabilidade da suinocultura na contaminação daqueles rios e das fontes subterrâneas, para reduzir o lançamento de dejetos que comprometem as condições de abastecimento público e recuperar as áreas de preservação permanente”, esclarece Niro Pieper. O projeto, de acordo com o coordenador, além de definir o marco zero da qualidade da água, do solo e de saúde pública, ainda incluiu dimensionamento do rebanho suíno e intervenções ambientais nas propriedades por um período de três anos.

Outra estratégia da Secretaria do Meio Ambiente para reduzir os impactos agressivos na natureza decorrentes da suinocultura está em promover seminários para capacitação de produtores e técnicos responsáveis pela assistência e extensão rural. Nos encontros, os instrutores apresentam painéis sobre manejo racional da água, compostagem de carcaças, desenvolvimento sustentável, gestão ambiental, licenciamento florestal e recuperação de mata ciliar. As atividades ainda compreendem aulas demonstrativas sobre contenção e armazenamento de dejetos para utilização na agricultura como fertilizante natural, aplicadas em propriedades rurais.

Dentro dessa linha, a Secretaria do Meio Ambiente, em conjunto com Emater e prefeitura de Ibirubá, promoverá curso Gestão Ambiental na Propriedade Suinícola em 10 e 11 de outubro próximos, no auditório da Fundação Ibiribense de Ensino Técnico. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na data do evento, que integra a 13 Semana Interamericana e 6 Semana Estadual da Água.

No primeiro dia, o assessor técnico da Sema, Túlio Carvalho, e o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Produtoras de Suínos, Rogério Kerber, abordarão o tema “Sustentabilidade na Suinocultura Políticas Ambientais Públicas e Privadas no Rio Grande do Sul”. Entres os temas a serem tratados ainda estão os aspectos sanitários da suinocultura, controle de roedores e borrachudos, o impacto ambiental da suinocultura, produção de dejetos e manejo da água.

No dia 11, o coordenador do PNMA, Niro Afonso Pieper, falará sobre Intervenções em Propriedades – A Experiência do PNMA 2. Também haverá palestras sobres os seguintes temas: legislação e licenciamento florestal, critérios técnicos e procedimentos de licenciamento e aptidão de solos para descarte de dejetos e potencial de contaminação de mananciais hídricos por nutrientes. No final, acontecerá uma atividade de campo na propriedade de Reno Bohrz.

O Curso para Gestão Ambiental na Propriedade Suinícola conta com o apoio das secretarias da Saúde e da Agricultura e Abastecimento, Fepam, Associação dos Municípios do Alto Jacuí, Sociedade dos Engenheiros Florestais Autônomos do Rio Grande do Sul (Sefargs), Sindicato das Indústrias Produtoras de Suínos (Sips) e Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs).