Redação (21/07/06) – A irlandesa AgCert, primeira empresa especializada em projetos de redução de gases do efeito estufa a operar no Brasil, promove um Seminário Público em Campinas (SP), na próxima quarta-feira (26), para apresentar um modelo exclusivo de projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), em conformidade com o Protocolo de Kyoto, que está sendo implantado no
país.
No evento, David Vanni Jacob, gerente de operações ambientais da AgCert, apresentará os projetos já implantados em diversos estados do Brasil e que agora poderão beneficiar também a suinocultura do estado de São Paulo, por meio da implementação de novas práticas de manejo de dejetos em granjas de suínos. Além de se habilitar para gerar os créditos, essas propriedades passam por grande transformação relacionada à higiene, o que diminui o impacto ambiental negativo, atende às exigências dos órgãos ambientais e melhora as condições sanitárias do rebanho e a qualidade de vida dos moradores. Entre os convidados para o Seminário, estão a Fazenda Suinolândia, Recanto Tapera, Fazenda Esmeralda, Sítio Cafeara, Fazenda Concórdia, Fazenda Nápoles e Fazenda Indiana.
Com centenas de parcerias em todo o país, a AgCert pretende ampliar a sua atuação em projetos de redução de gases do efeito estufa. O MDL da empresa consiste em modificar, por meio de biodigestores, o manejo de dejetos dos suínos e capturar o gás metano produzido pelas fezes em decomposição que, normalmente, é liberado diretamente na atmosfera. “Basicamente desenvolvemos um sistema fechado com uma lona especial, impedimos a saída do gás e o queimamos em um flare que o transforma em carbono”, explica Josefa Garzillo, gerente de novos
negócios da AgCert no Brasil. O carbono é 21 vezes menos poluente que o metano.
No mecanismo, existe um gasômetro que mede a quantidade de gás queimado e a qual serve de parâmetro para calcular os créditos de carbono gerados. Além dos créditos, Josefa Garzillo lembra que o MDL traz outros benefícios. “O tratamento das lagoas acaba com o mau cheiro e as moscas atraídas pelos dejetos ao ar livre”, comenta. Com a instalação de um gerador no sistema, é possível produzir eletricidade. As vantagens também passam pelo estímulo à exportação. “A suinocultura sustentável e inserida neste programa global evidencia o grau de responsabilidade social e ambiental do setor”, explica.
Na parceria com os suinocultores, a AgCert fica responsável por odo o
investimento na construção e manutenção da infra-estrutura dos biodigestores, além de ajudar nas documentações. “Cuidamos da redução de emissões, auditorias, autorizações e registros nos órgãos competentes e negociação desses créditos depois de certificados”, finaliza Josefa Garzillo.
Desde que chegou ao Brasil, em 2003, a AgCert construiu cerca de 300
biodigestores capazes de gerar aproximadamente 15 milhões de créditos de carbono em 10 anos. No mundo, atualmente a empresa possui 500 sites em operação que devem gerar mais de 20 milhões de Reduções Certificadas de Emissões (RCEs) em 10 anos.
A AgCert International, empresa de capital aberto com ações na Bolsa de Valores de Londres, é especializada na produção e venda de reduções de emissões de gases do efeito estufa derivados de atividades agrícolas. Com sede em Dublin, Irlanda, e escritório brasileiro instalado em São Paulo (SP), a AgCert desenvolve Mecanismos de Desenvolvimento Limpo para gerar reduções de emissões de gases do efeito estufa de fazendas de pecuária e diminuir os impactos
adversos desses gases na atmosfera, fator causador do aquecimento global e das mudanças climáticas. A AgCert também desenvolve atividades no México, Chile, Argentina, Canadá e Estados Unidos.