Redação SI 02/02/2004 – 06h20 – Os suínos apresentam melhores índices de desenvolvimento em condições de conforto térmico, para que possam ter condições de manter sua temperatura corporal sob controle, sem prejuízos para seu desempenho zootécnico. Como a maioria das granjas no Brasil não dispõe de climatização artificial, os produtores se vêem diante do desafio de ajustar o manejo dos animais, de modo a reduzir as perdas em produtividade, mas sem deixar de atentar para os custos dessa compensação.
O suíno é um animal homeotérmico, o que significa que consegue manter sua temperatura corporal relativamente constante, em torno de 39 graus, em uma ampla faixa de temperatura ambiental, explica o médico veterinário Luciano Roppa, especializado em suinocultura.
Para que isso ocorra, no entanto, os animais gastam 80% do total da energia obtida através dos alimentos, restando somente 20% para os processos produtivos (carne e leite).
Prejuízo
Apesar da eliminação de calor ser uma função natural do organismo, esse processo representa um esforço adicional que implica perda de produtividade. No esforço para resfriar o corpo, o organismo aumenta o fluxo de sangue para as partes periféricas (pele) e diminui para os órgãos internos, o que prejudica a digestão dos alimentos e a geração de energia para os processos produtivos.
O estresse calórico também deixa os suínos mais sensível às enfermidades. Pela menor eficiência do sistema imunitário, eles tendem a apresentar maior porcentual de gordura, principalmente na região abdominal, e redução da atividade da glândula tireóide, o que os deixa apáticos.
O desconforto é manifestado em alterações físicas e comportamentais. Entre as mais facilmente observáveis estão o aumento da temperatura corporal e da perda de água pela pele (sudorese) e a procura por lugares mais úmidos e frios. Outros sinais são aumento do consumo de água e queda no de ração, o aumento da atividade respiratória e a prostração.