Redação SI (24/03/06)- O Projeto Suinocultura Santa Catarina, vinculado ao Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMA II), já gerou modelos de intervenção ambiental bem sucedidos na produção de suínos. Essa é a principal conclusão das visitas feitas a propriedades rurais de Concórdia que receberam investimentos do projeto.
Estamos seguros que as tecnologias testadas mostraram que há como produzir suínos sem poluir o meio ambiente, garantiu o pesquisador Paulo Armando de Oliveira, da Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e que atuou como executora técnica da primeira fase do Projeto Suinocultura Santa Catarina.
O PNMA II, conduzido pelo Ministério do Meio Ambiente e financiado através de um acordo de empréstimo entre o governo brasileiro e o Banco Mundial (BIRD), iniciou em 2002. A proposta do programa era validar tecnologias que minimizassem o impacto ambiental dos dejetos suínos. Foram escolhidas as bacias hidrográficas dos rios Fragosos, em Concórdia, Meio-oeste de Santa Catarina, e Coruja/Bonito, em Braço do Norte, Sul do Estado, para a aplicação dos recursos do PNMA. Das 190 propriedades rurais instaladas nas duas bacias, 45 receberam dinheiro para se adequar ambientalmente e conseguiram licença ambiental para continuar produzindo suínos.
No dia 16 de março, representantes das instituições responsáveis pela
condução do Projeto Santa Catarina e o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, visitaram três das 45 propriedades rurais beneficiadas. Em cada uma delas foram observadas as melhorias
projeto. O suinocultuor Jandir Galiase, por exemplo, implantou canaletas
cobertas para a condução dos dejetos até a esterqueira. Foram modificados também os telhados das instalações para dar um destino adequado à água da chuva. Ficou muito melhor. Praticamente não tem mais moscas na propriedade, disse Galiase.
O produtor Jairo Pozzo também mostrou satisfação com a tecnologia que a sua propriedade recebeu. Pozzo utiliza o dejeto suíno gerado na
propriedade para alimentar um biodigestor. O biogás fornecido pelo
equipamento fez com que o produtor não utilizasse mais gás de cozinha para o aquecimento dos frangos.O biodigestor representou uma economia e um destino adequado para os dejetos, explicou o produtor. Na propriedade de Paulo Sechi está em funcionamento uma plataforma de compostagem de dejetos. A principal novidade da plataforma é um equipamento que revolve o dejeto e a maravalha, diminuindo significativamente a mão-de-obra do produtor. O sistema se mostrou muito eficiente no tratamento dos dejetos, revelou Paulo Armando de Oliveira.
Para o secretário estadual da Agricultura, Moacir Sopelsa, as experiências do Projeto Suinicultura Santa Catarina não deixam dúvida que é possível conciliar a produção de suínos com a sustentabildade ambiental. O que foi feito em Concórdia e em Braço do Norte serve como ponto de partida para intervenções maiores. Temos que manter essa política de aliar a pesquisa agropecuária com projetos de intervenção nas propriedades rurais, afirmou o secretário. A segunda fase do Projeto Suinocultura Santa Catarina, que inicia em breve, terá a Fundação Catarinense do Meio Ambiente (Fatma) como executora técnica. A Embrapa continuará fazendo parte do projeto, mas como
instituição parceira.