A inviabilidade de realizar a vacinação individual deu argumento ao sistema de imunização em massa através da diluição das vacinas secas na água de beber das criações de aves. E é justamente a facilidade de manejo que chama a atenção no trabalho do Tecsa Laboratórios, já que, num âmbito de 50 mil aves, é praticamente impossível vacinar uma a uma. O processo exige é um bom manejo e o uso de água de boa qualidade, que não deve apresentar desinfetantes e nem cloro e deve estar livre da presença de patógenos. Caso contrário, o planejamento do avicultor pode ir por água abaixo.
O médico veterinário Alexandre Lafetá Alvarenga, assessor em avicultura do Tecsa, explica que as substâncias usadas são inativadas ou atenuadas. A técnica é indicada para galpões onde se tenha uma grande concentração de aves e a proporção vacina/água depende das condições climáticas e da idade dos animais. Em dias quentes, os frangos bebem mais líquido naturalmente, o que acarreta na necessidade de maior diluição.
“A vacinação tem que ser feita de uma vez só. É interessante que, na água, antes de colocar a vacina, coloque um pouco de leite em pó para justamente inativar qualquer tipo de desinfetante que ainda esteja presente. Faz-se o dissolvimento do inoculante em pequena quantidade de água, que vão ser misturados numa proporção ainda maior e fornecidos nos bebedouros por, no máximo, duas horas”, esclarece Alexandre.
O veterinário comenta que o sistema não garante a uniformidade de distribuição, ao contrário de vacinações individuais, que conseguem dar a cada animal a quantidade correta de imunizadores. Porém, ao lançar mão de algumas práticas, como retirar a água dos animais pelo menos uma hora antes da aplicação durante um dia quente, o produtor garante que todas as aves acessem os bebedouros. Processos de imunização individuais, como os realizados em ovos ou através de colírios, demandam mão de obra e tempo, o que não acontece na massificada.
A técnica via água de beber tem produzido bons resultados e requer pouco equipamento adicional. Alexandre Lafetá ressalta que, o seu uso vem crescendo devido ao aumento de aves alojadas, mas deve-se tomar os cuidados necessários, pois a vacinação pode apresentar baixa eficácia por erros de manejo e falta de treinamento. Como esta prática está sujeita a erros inerentes à preparação e administração, alguns cuidados devem ser observados.
Antes da vacinação, o avicultor deve se planejar e seguir os cronogramas estabelecidos pelo médico veterinário, observando prazo de validade, conservando as vacinas ao abrigo da luz e calor, imunizando somente aves sãs e sem estresse. Quanto à preparação, devem ser preparadas exclusivamente no momento de seu uso, depois de já feita a verificação da disponibilidade de bebedouros em número suficiente para que ao menos 2/3 das aves tenham acesso à vacina ao mesmo tempo.
Encanamentos e os recipientes devem estar limpos, sem quaisquer sujeiras, excrementos e limo. Outro ponto diz respeito ao PH da água, que deve estar entre 5.5 e 7.5, além da necessidade de se ter um baixo conteúdo mineral, já que íons minerais podem neutralizar o vírus da vacina. E, por último, os recursos hídricos já tratados devem ser oferecidos em períodos de temperatura amena, principalmente pela manhã.
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