Redação (08/10/2008)- O Vazio Sanitário da Soja registrou, mais uma vez, saldo positivo em Minas Gerais. Encerrado na última terça-feira (30), os 90 dias em que o cultivo do grão esteve proibido tiveram intensa fiscalização, superando em 46,5% a meta traçada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
No período compreendido entre 1º de julho e 30 de setembro fica proibido o cultivo de soja em território mineiro, a não ser nas áreas de pesquisa científica e de produção de sementes genéticas devidamente autorizadas, monitoradas e controladas pelo IMA. A medida foi implantada em 2007 e tem como objetivo reduzir o impacto negativo causado pela Ferrugem Asiática da Soja, diminuindo o prejuízo dos agricultores.
A responsabilidade de eliminar as plantas é do produtor rural. Ao IMA cabe cuidar para que a lei seja seguida em todo o estado. Assim como no ano passado, o Instituto vistoriou propriedades do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Noroeste e Norte.
Nos 52 municípios mineiros produtores de soja, o IMA conseguiu superar em 46,5% a meta de vistorias, com 400 propriedades rurais fiscalizadas, estando programadas 273. Em 2007 os números também foram positivos, com 378 vistorias.
Nas propriedades em que os fiscais encontraram soja plantada, os produtores foram notificados para eliminação das plantas em prazo determinado. Encerrado o prazo, os fiscais retornaram às propriedades para constatar o cumprimento da determinação.
O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, avalia que o principal motivo para o sucesso do Vazio Sanitário é conscientização crescente dos produtores. “A maioria deles se mostrou consciente da importância da medida e de se adequou às normas do IMA. A iniciativa do Governo do Estado em investir em campanhas informativas, com a veiculação de informações em rádios do interior e a distribuição de folhetos foi extremamente relevante”, frisou.
Trabalho contínuo
A pausa na plantação acontece todos os anos na mesma época. Para Rodrigues Neto, a medida é essencial para o controle da Ferrugem Asiática e, conseqüentemente, para o agronegócio mineiro. “O trabalho que o Instituto realiza visa principalmente melhores condições para os produtores, com menos gastos com agrotóxicos, por exemplo. Isso possibilita automaticamente a garantia de alimentos de qualidade para os consumidores e uma boa safra para os produtores”, ressaltou.
O IMA tem realizado também o monitoramento da Ferrugem Asiática da Soja. De janeiro a abril deste ano, 146 propriedades mineiras foram vistoriadas, sendo constatada a mínima presença da praga nas culturas, o que comprova a eficácia do Vazio Sanitário.
O papel do produtor também não se limita à eliminação das plantas. Conforme especificado no artigo 2º da Portaria nº 854, que estabeleceu a interrupção do plantio, todo sojicultor deverá cadastrar junto ao IMA as áreas plantadas a cada safra, até 30 dias após o término do plantio. O produtor deve procurar a unidade do IMA mais próxima a sua propriedade para realização do cadastro. Os endereços dos escritórios podem ser consultados no portal do Instituto: www.ima.mg.gov.br.