Redação (01/08/07) – Segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarnes), Ricardo Gouvêa, a Seara-Cargill apontou que o abate nas unidades de Jaraguá do Sul e Forquilhinha devem ser interrompidos. “Até sexta-feira (03/08) boa parte dos frigoríficos terá de parar”, disse Gouvêa.
Ele afirmou que, na primeira semana da greve, as agroindústrias conseguiram estocar a produção nas câmaras frias. Só que o espaço está lotado e não há mais contêineres disponíveis. Cerca de 25 mil toneladas de carne estão paradas nas unidades industriais. Só a Seara tem sete mil toneladas paradas. A Sadia e a Perdigão têm pelo menos quatro mil toneladas cada em suas unidades. Isso sem contar o volume retido no porto de Itajaí.
A unidade da Sadia de Chapecó, por exemplo, tinha 50 caminhões parados no pátio da empresa. Estão sendo liberados apenas 12 cargas por dia. “Isso é uma bola de neve”, disse o diretor de produção de aves da Sadia e presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ronaldo Kobarg Müller.
Ontem, o Sindicarnes fez um apelo aos fiscais agropecuários para que aumentem o percentual de 30% da liberação de cargas, conforme o previsto em lei. “A greve deles deve ser contra o governo e não contra as agroindústrias”, disse o diretor do Sindicarnes, Ricardo Gouvêa. Ele estima que o prejuízo com a paralisação já atinge US$ 50 milhões.
Segundo o coordenador da Câmara do Porto da Associação Empresarial de Itajaí (ACII), Fabrício Gomes Philipi, por causa da paralisação dos fiscais, os navios estão embarcando em média, com 30% menos do que a carga prevista. Metade das mercadorias escoadas pelo porto é de carne congelada, que depende de fiscalização do Ministério da Agricultura para poder sair do Brasil.