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Frigoríficos

Abrafrigo é contra fusões

Em comunicado, a entidade é contrária à concentração industrial no ramo de frigoríficos, temendo manipulação de preços e mercado.

Abrafrigo é contra fusões

Em comunicado divulgado ontem (24/09) a Associação Brasileira de Frigorifícos (Abrafrigo), através de seu presidente, Péricles Salazar, se posicionou contra as fusões Friboi-Bertin e Marfrig-Margen-Mercosul. No comunicado, a Abrafrigo diz ser contrária a a concentração industrial no ramo de frigoríficos, temendo manipulação de preços e distorção do padrão de comportamento comercial no mercado de carnes. “A Abrafrigo espera que no dia-a-dia dos mercados do boi e da carne possa haver concorrência leal e salutar entre todas as empresas”, pontuou Salazar em nota.

Apesar deste posicionamento, a entidade reconhece que, talvez, o Brasil possa se beneficiar com estas fuões, ” uma vez que estas empresas terão maior poder de competitividade nos mercados externos, colaborando para a nossa balança comercial”.

Veja, abaixo, o comunicado, na íntegra.

1. A Abrafrigo tem sistematicamente se posicionado, na mídia, contrária a concentração industrial no ramo de frigoríficos, pelas razões que todos conhecem ;

2. Não concordamos com a injeção de recursos públicos nas empresas, via BNDES, os quais têm sido a fonte maior da concentração industrial no nosso segmento;

3. Todavia, não nos restam outras alternativas que possam evitar estas fusões e incorporações, senão a de continuarmos esclarecendo a opinião pública, os poderes constituídos da nação e também as entidades de representação dos pecuaristas, sobre as prováveis conseqüências deste processo;

4. Reconhecemos, porém, que o País eventualmente poderá se beneficiar, uma vez que estas empresas terão maior poder de competitividade nos mercados externos, colaborando para a nossa balança comercial;

5. Entretanto, a Abrafrigo espera que no dia-a-dia dos mercados do boi e da carne possa haver concorrência leal e salutar entre todas as empresas, e que, sob nenhuma hipótese, vamos tolerar quaisquer indícios de manipulação de preços e distorção do padrão de comportamento comercial que deve haver nestes mercados;

6. A entidade deposita um crédito de confiança nestas fusões, mas esclarece que não hesitará em tomar as medidas administrativas, legais e judiciais caso algum mínimo sinal de irregularidade no campo comercial seja detectado por quaisquer das nossas entidades e empresas filiadas.

7. Continuaremos monitorando permanentemente estes mercados, em todas as regiões do País, na esperança de que continuem sendo objeto das relações normais de oferta e procura agregadas, com os preços sendo definidos como resultantes destas duas variáveis, sem artifícios e sem manipulações.

Péricles P. Salazar
Presidente