Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Agroindústria a caminho da bolsa

<p>Unifrango mira no mercado externo, investe em logística e aposta na abertura de capital.</p>

Redação (18/09/2008) – Complexo que abrange 19 abatedouros e incubatórios de frangos do Paraná, a Unifrango Agroindustrial confirmou o plano de abertura de capital dentro de dois anos, apesar da queda nas bolsas de valores em todo o mundo. "O setor de alimentos é o último a entrar e o primeiro a sair de crises como essa", disse o presidente do grupo, Domingos Martins. A centralização das negociações de compra e venda é o grande trunfo da Unifrango. Martins considera que, juntos, os abatedouros e incubatórios têm mais poder de barganha nas negociações, inclusive para exportação.

Para o presidente da Unifrango, a abertura de capital vai criar uma boa oportunidade de investimento para os investidores. A expectativa da empresa é positiva. “A Unifrango não pára de crescer e continua visando o crescimento. Isso atrai investidores”, disse.

O crescimento de 26,95% da avicultura paranaense no primeiro semestre superou o avanço de 4,2% das agroindústrias brasileiras. As empresas que compõem a Unifrango são responsáveis por 25% da produção de frango de corte do Paraná e, no acumulado dos seis primeiros meses de 2008, faturaram R$ 180 milhões em intermediações de negócios. Durante todo o ano de 2007, o giro de negócios foi de R$ 200 milhões.

O primeiro passo para a abertura de capital foi dado ano passado, quando a Unifrango se tornou uma sociedade anônima. Desde então, a S.A. atravessa um período de transição administrativa. “Até 2007, as empresas associadas participavam de forma igual. Com a sociedade anônima, algumas terão fatia maior no controle acionário”, explicou o executivo Pedro Henrique Oliveira. Para encerrar essa fase, ainda é necessário mais tempo.

Estratégia

Desde 2003, a Unifrango organiza e centraliza as compras que eram realizados separadamente pelas empresas associadas. “Criamos uma marca única que propiciou ganho de escala para o fornecedor", disse Oliveira. Parcerias com grandes fornecedores de matéria-prima (milho e soja) estariam evitando oscilações bruscas de preços e escassez de grãos. “Nosso potencial de compra é grande e cada vez que, de forma conjunta, anunciamos novas aquisições, podem acontecer alterações significativas. Mas conseguimos disciplinar as nossas operações para não provocar tanto impacto no mercado”, ressaltou.

Clientela

Os números do abate de frangos dão medalha de bronze ao grupo no Brasil. O complexo abate 1,8 milhão de cabeças por dia. Na criação de pintainhos, a Unifrango é líder, com 2,2 milhões por dia. A idéia é se antecipar à abertura de novos mercados, como China e México.

O complexo exporta para mais de 120 países, incluindo Japão, Arábia Saudita e Rússia. O próximo passo é entrar definitivamente no mercado chinês e no mexicano. Os dois países têm déficit de produção de carne de frango. “O Brasil está preparado para atender a estes países. A produção brasileira de frango não pára de crescer e conseguiremos atender a todos os requisitos exigidos para exportação”, avalia o executivo Pedro Henrique Oliveira.

Com investimento de R$ 200 milhões, o grupo Unifrango deu início neste ano à construção de um terminal de embarque de contêineres em Apucarana, no Norte do estado, para centralizar todo o transporte para exportação. “É o maior investimento do grupo no momento”, afirmou Oliveira. Para o município, a instalação do terminal representa a geração de pelo menos 2 mil empregos diretos.

O complexo prevê a construção de um abatedouro de aves e de uma fábrica de ração, além de um terminal refrigerado com capacidade inicial para 25 mil toneladas de frango. A expectativa é que 60% de toda produção exportada seja organizada nessa planta. Espera-se redução de 26% no custo de transporte, com a utilização de ferrovia, contou Martins. As obras começaram pelo nivelamento da área de 36 hectares em que será construído o complexo e devem ser concluídas até o final de 2009.