Da Redação 18/08/2003 – A agroindústria registrou um aumento de produção de 1,5% no primeiro semestre do ano, informou na quinta-feira (14) o IBGE. A taxa é superior a da média da indústria brasileira, que foi de 0,1% no período. Denise Cordovil, da coordenação de indústria do instituto, considerou bom este desempenho, apesar de ter ficado bem aquém da expansão de 8,9% verificada no primeiro semestre de 2002. As exportações foram vitais para este crescimento, com o país registrando um recorde de exportaçoes para a China, que consolida-se hoje como o maior cliente do Brasil, respondendo por cerca de 36% dos embarques de soja.
Para Denise Cordovil, a performance da agroindústria de janeiro a junho foi menor, mas foi “mais dinâmica” que o resto da indústria brasileira, além de ter superado em muito a média brasileira. “No caso, houve o efeito de uma base de comparação forte, que não pode ser desprezada”, afirma ela.
O ramo que puxou este resultado da agroindústria foi a agricultura, que teve ampliação de produção de 1,4%, enquanto a pecuária apresentou aumento de 1%.
Denise cita a contribuição expressiva da safra de grãos de 2003, que deverá superar em 23% a anterior, para este crescimento. Outro fator importante realçado pela economista do IBGE é o ganho de produtividade no campo e o câmbio favorável às exportações.
“A agroindústria direcionou uma grande parte de sua produção para o mercado externo por conta da queda de renda do brasileiro, que afetou a demanda doméstica”, observou. Pelos dados da Secex, as vendas externas de óleo de soja cresceram 108,7% no primeiro semestre, as de carne bovina, 73,2%, a de suíno congelada, 69,1%, de frango industrializado, de 56,9%, as de açúcar, de 44,2%, as de café, 18,1% e as de fumo, 10,2%.
Isso não impediu, porém, que alguns produtos derivados da agricultura tivessem queda na produção, como derivados do café (19,5%), laranja (9,5%), algodão (5%), trigo (4,8%) e arroz (2,8%).
Outro dado de destaque é o aumento da produção industrial de máquinas agrícolas, da ordem de 22,99%. Denise contou que esta expansão foi induzida pela manutenção da oferta de crédito do Moderfrota, o programa de maior sucesso do BNDES, que incentivou 80% das vendas de tratores e colheitadeiras no país. O fenômeno propiciou também uma expansão da produção e das exportações de veículos agrícolas pelas montadoras.