A balança comercial brasileira fechou o ano de 2020 com saldo positivo de US$ 50,9 bilhões, com destaque para o agronegócio, que bateu recorde com saldo final de US$ 87,7 bilhões.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma análise com os principais fatores que contribuíram para que o Brasil se mantivesse como um dos principais fornecedores de commodities agropecuárias no mercado mundial no ano passado, com destaque para a soja e as carnes (bovina, suína e de frango), além de tendências para 2021.
A desvalorização do real frente ao dólar, a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a quebra de safra de países concorrentes e condições climáticas favoráveis, contribuíram para o Brasil seguir na liderança do setor.
A China responde por 33,7% das exportações totais do setor agropecuário brasileiro em 2020 e também é o maior consumidor mundial de soja.
Ana Cecília Kreter, pesquisadora associada do Ipea e uma das autoras do estudo, afirma que o fato da China ser o principal importador de produtos brasileiros vai além da guerra comercial com os Estados Unidos.
“Apesar do aumento da produção, a demanda chinesa de várias commodities é acima da oferta, o que coloca o Brasil numa situação favorável e com boa perspectiva também em 2021”.
A soja é a principal cultura do Brasil, que se tornou o principal produtor mundial na safra 2019-2020, com 37,4% da produção total, seguido pelos Estados Unidos (28,4%) e pela Argentina (14,5%).
De todos os produtos do agronegócio exportados, a soja responde sozinha por 34,2% do total comercializado em valor, que corresponde a US$ 34,5 bilhões.
A estimativa da Conab é de novo recorde para a safra 2020-2021: 135 milhões de toneladas, reforçando o protagonismo do Brasil no mercado internacional.
As carnes estão em segundo lugar entre os produtos do agronegócio mais exportados em 2020: US$ 17,2 milhões, com destaque para a bovina e a suína.