A Agronutri, empresa paranaense de nutrição e saúde animal, e a farmacêutica espanhola Farm Faes estabeleceram uma parceria para produzir e comercializar suplementos nutricionais para suínos. O investimento nos próximos três anos será de R$ 10 milhões. O plano é ampliar a atuação no segmento para conquistar uma fatia de 20% no mercado nacional no fim desse período.
A parceria prevê a produção de núcleo, premixes e concentrados nutracêuticos, alimentos bioativos e livres de fármacos para a suplementação nutricional dos suínos. Esses produtos são feitos com nutrientes e vitaminas de diferentes substâncias, como alimentos ou plantas medicinais.
Quatro produtos formulados serão produzidos pela Farm Faes – que controla empresas como Ingaso e TecnoVit – na fábrica da Agronutri em Quatro Barras (PR). Os produtos já foram registrados no Ministério da Agricultura. Cada item deve dar origem a mais de 100 fórmulas para soluções destinadas aos leitões.
A unidade deverá produzir inicialmente 2 mil toneladas por mês, mas o volume poderá chegar a 5 mil toneladas mensais em 2025. Os produtos são livres de fármacos como o óxido de zinco, substância proibida na Europa desde junho deste ano.
A substância foi banida do bloco como produto medicinal veterinário de aplicação oral em animais de produção, já que as análises técnicas concluíram que os benefícios não superam os riscos ambientais. O óxido de zinco era usado na fase de desmame, para prevenir diarreias.
“Teremos soluções nutricionais para enfrentar quaisquer desafios e para contribuir com o manejo nas granjas sem antibióticos ou fármacos tradicionalmente usados”, diz Fábio Ebrahim, diretor da Agronutri. “São fórmulas que atendem às exigências do mercado global. Os suinocultores brasileiros poderão competir de igual para igual com produtores de todo o mundo”.
Um dos principais produtores de proteína animal do planeta, o Brasil se tornou estratégico para a Farm Faes, presente em mais de 40 países. “Temos todos os fundamentos para selar um negócio estratégico: produto, tecnologia, potencial de mercado e duas empresas de ponta olhando para o futuro”, afirmou o diretorexecutivo da companhia espanhola, German Fernandez-Cano
Criadores e agroindústrias do ramo passaram a buscar alternativas para as dietas alimentares dos leitões nos últimos anos, já que o uso do óxido de zinco poderia gerar outros problemas. Como é um metal pesado e tóxico para o animal, a absorção do zinco é baixa. A ingestão excessiva acaba descartada nas fezes, muitas vezes usadas como fertilizante orgânico.
“A aplicação contínua aumenta as concentrações de zinco na camada superficial do solo, e o escoamento de água ou a lavagem do solo aumentam a contaminação de águas subterrâneas e superficiais”, disse a Agronutri, que tem exclusividade na produção desses itens no país.