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Economia

Após um ano ruim, avicultura brasileira se recupera em 2019

Produção, consumo interno e exportação voltam a crescer no próximo ano, prevê USDA

Após um ano ruim, avicultura brasileira se recupera em 2019

Por Mauro Zafalon*

 

Este ano é um período para ser esquecido pelo setor de avicultura. O próximo, porém, poderá ser diferente e apresentar melhoras.

Pelo menos é o que prevê João F. Silva, especialista em agricultura do escritório do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em Brasília.

Na avaliação do especialista, a produção de carne de frango atingirá 13,9 milhões de toneladas no próximo ano, 2,3% mais do que o volume previsto para este ano.

Dois fatores serão decisivos para essa evolução: consumo interno e exportações. O ritmo melhor da economia no próximo ano deverá garantir um consumo interno maior de proteínas.

A avaliação do Usda, feita em um relatório, indica que o consumo brasileiro deverá superar os 10 milhões de toneladas, 1% mais do que neste ano.

As exportações também crescem e ficam próximas de 4 milhões de toneladas. Demanda mundial firme e efeito negativo da gripe aviária em vários países produtores darão competitividade ao produto brasileiro.

O próximo ano poderá ser também um ano de recuperação das margens dos produtores. Os custos de produção, devido à previsão de safra recorde de soja e de recuperação da de milho, poderão cair para os produtores.

Este foi um ano de “tempestade perfeita”. Além de problemas internos, como desconfiança com o sistema sanitário brasileiro e paralisação de caminhoneiros, o país foi alvo de várias medidas restritivas no mercado externo no setor avícola.

Uma dessas medidas veio da União Europeia, importante mercado para o Brasil. Dados do bloco europeu indicam que o Brasil está perdendo a liderança nas exportações na região para a Tailândia.

A Arábia Saudita, o principal importador, também reduziu as compras devido ao sistema de abate brasileiro.

Outra pendência que o Brasil precisa resolver é com a China, um mercado crescente.

O relatório do Usda aponta que boa parte dessas pendências pode estar resolvida no próximo ano. Além disso, as exportações para México e Chile vão crescer, e o Brasil, que já exporta para 140 países, está constantemente buscando novos mercados.

O Brasil é líder mundial em exportações de carne de frango e um dos principais produtores. A liderança mundial, em produção, é dos Estados Unidos, cujo volume anual atinge 19 milhões de toneladas.

 

*Escreve na coluna Vaivém das Commodities, da Folha de S. Paulo, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP