O relatório sobre produção anual de oleaginosas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), aponta que os produtores brasileiros vão expandir a área plantada de soja para atingir 42,5 milhões de hectares (ha) na safra 2022/23, acima dos estimados 40,7 milhões de hectares plantados pelos agricultores na safra 2021/22. A soja é cultivada em 19 dos 26 estados brasileiros, além da capital Distrito Federal.
O posto brasileiro prevê que a área plantada aumente apenas 0,5% ano a ano, abaixo do crescimento anual de 3,8% da área do ano passado, e estimativas anteriores do Post para as últimas cinco temporadas.
A região Centro-Oeste do Brasil é de longe a maior produtora, respondendo por mais de uma terço da área plantada e do volume de produção do país. Contatos no Mato Grosso, o maior produtor da região, sugeriram que há uma grande oportunidade de expansão da área plantada. O Instituto Mato Grosso de Economia Agropecuária (IMEA) estima que até 2030 a área plantada de soja no estado crescerá mais de 40% para 14,79 milhões de ha, acima dos pouco mais de 10,3 milhões de ha em 2021.
Enquanto isso, o crescimento da área plantada continuará se estabilizando no Sul. Embora esta seja a segunda maior região produtora de soja do Brasil, nos últimos cinco anos a área plantada acumulada cresceu 8%, pouco mais da metade da taxa de crescimento nacional. No Paraná, quase todas as terras agricultáveis já foram cultivadas, assim os ganhos de área plantada serão mínimos em 2022/23. Há algumas pastagens que podem ser convertidas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com expansão da ordem de um a dois por cento ano a ano.
Sobre a região Sudeste a agropecuária sempre teve grande presença, o aumento da área de soja representa uma mudança em relação a outras culturas, como a cana-de-açúcar, dada a alta rentabilidade e liquidez da oleaginosa globalmente.
O relatório também destaca novas áreas de cultivo foram desenvolvidas no Norte e Nordeste do Brasil. Nesta parte do país, a expansão do cultivo agrícola é realizada pela conversão de pastagens degradadas e pelo desenvolvimento de novos campos para produção. A publicação antecipa que o desenvolvimento da safra nesta parte do Brasil continuará a acelerar devido à melhoria da logística de infraestrutura.