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Arrendamento da Chapecó pode sair esta semana

BNDES sinaliza com solução a prefeitos de Santa Catarina.

Da Redação 24/02/2003 – O BNDES informou a prefeitos da região oeste catarinense, na sexta-feira, que ainda esta semana, uma empresa apresentará proposta para arrendamento (com opção de compra) das quatro unidades do frigorífico Chapecó, em crise desde 2002.

O banco, que é acionista e credor da Chapecó, não informou o nome da empresa aos prefeitos, mas o Valor apurou junto a fontes que acompanham as negociações que há duas interessadas: a francesa Dreyfus, que controla no Brasil a Coinbra, e a Avipal. Ambas negam as negociações.

Os prefeitos de Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Seara e Xavantina, onde se concentram os integrados da empresa, reuniram-se na sexta-feira, no Rio de Janeiro, com o diretor de inclusão social do BNDES, Márcio Henrique da Costa, para discutir a crise do frigorífico. Eles conseguiram a audiência após a intervenção do secretário especial da Pesca, José Fritsch, que se encontrou na quarta-feira com o presidente do BNDES, Carlos Lessa. Fritsch é ex-prefeito de Chapecó.

No BNDES, nenhum representante do banco quis se pronunciar sobre a reunião com os prefeitos.

De acordo com a assessoria do prefeito de Chapecó, Pedro Uczai, a comitiva de prefeitos também decidiu formar uma força-tarefa para obter crédito emergencial para o frigorífico junto ao Banco do Brasil e no Bradesco. As duas instituições também são credoras da Chapecó.

O objetivo é obter capital de giro para adquirir insumos e pagar fornecedores no curto prazo, relatou Mauro Zandavalli, vice-presidente do Sincravesc (que reúne avicultores da região), que conversou com Uczai após a reunião.

Segundo Zandavalli, o diretor do BNDES disse aos prefeitos catarinenses que o banco está dando prioridade ao caso do frigorífico Chapecó.

Enquanto os prefeitos catarinenses estavam reunidos com o diretor do BNDES, cerca de 800 produtores integrados da Chapecó se reuniram em Xaxim e decidiram fazer piquete em frente à unidade da empresa na cidade, se a companhia não se comprometer a normalizar o fornecimento de rações para os animais e a pagar os atrasados aos produtores. “Queremos marcar uma reunião até quarta-feira com a direção da empresa para discutir o problema”, afirmou Mauro Zandavalli.

Segundo ele, há avicultores integrados que não recebem da Chapecó há cerca de 80 dias. Além disso, a empresa está intercalando a entrega de rações. Com isso, as aves ficam até três dias sem receber alimentos, o que gera casos de canibalismo entre os frangos e mortalidade. A Chapecó não se pronunciou.

No caso dos suinocultores, há casos de atrasos de quatro meses no pagamento, segundo Laudino Piazza, presidente do núcleo municipal da Associação dos Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), em Chapecó.

Os integrados também ameaçam recorrer a uma ação judicial para arrestar a produção da Chapecó como forma de garantir o pagamento dos atrasados.

De acordo com o vice-presidente do Sincravesc, as decisões da assembléia podem ser revistas caso seja anunciada uma saída para a crise do frigorífico antes da quarta-feira.