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Agroindústria

As novas oportunidades da JBS

<p>Em entrevista ao Meatingplace, o diretor de relações da JBS Jerry O'Callaghan fala sobre a aquisição da Pilgrim's Pride e a fusão com o Bertin.</p>

A rápida ascensão da JBS como empresa de estatura global não teria ocorrido sem uma dose de agressividade e alguns riscos.

No entanto, sua posição de maior companhia de proteína animal do mundo – resultado da aquisição de 64% da Pilgrim’s Pride Corp. e da fusão com a Bertin – pode ser creditado ao seu poder de interpretação dos sinais da crise vivida pela economia mundial no ano passado.

Como explicou Jerry O’Callaghan, diretor de relações da JBS e investidor da companhia, em entrevista para o Meatingplace, a capacidade que a JBS teve de gerir sua dívida em meio à turbulência econômica foi um dos principais motivos que a fizeram retomar rapidamente seu plano de expansão. 

Como JBS tem sido capaz de sair tão rapidamente da recessão global?

O sentimento que temos e que tínhamos para enfrentar a crise é que as empresas que estivessem mais preparadas seriam as primeiras a sair da crise. O que nós decidimos fazer no segundo semestre do ano passado foi suspender as fusões e aquisições e reduzir as exigências de capital de giro, a fim de desalavancagem, tanto quanto possível.

Queremos trabalhar para a empresa e não para o banco. Tal atitude colocou a empresa em uma situação muito saudável durante a crise. Ao sair da crise, normalmente, há oportunidades para nós. E quanto mais cedo maximizarmos essas oportunidades, mais saudável será a nossa empresa.

Como decidiram que era o momento certo para fazer a compra da Pilgrim’s Pride e a fusão com a Bertin? Por que ao mesmo tempo? 

A maneira como olhamos para esses investimentos, em termos de calendário, é que existem empresas que passam por ciclos. Se você olhar para Pilgrim’s Pride, desde 2006 até recentemente, a companhia vem apresentando um mau desempenho por causa de questões econômicas. Agora a empresa está no caminho da recuperação, e nós entendemos que este é o momento certo para fazer esses investimentos.

Quanto ao Bertin, era uma fusão que poderíamos ter feito a qualquer momento, mas pensamos que torna-la pública ao mesmo tempo, era mais lógico. Agora temos muito trabalho a fazer.

Alguns afirmaram que a fusão com a Bertin é dependente de aprovação da oferta inicial de ações públicas da JBS EUA. Isso é verdade?

Não. A Bertin é dependente de um investimento privado da JBS EUA, sem oferta pública. A colocação privada é um investimento de capital privado. Uma instituição decide investir dinheiro em uma empresa, e em troca recebe um percentual dela em ações.

A Bertin depende disso ser feito. Isto ajudaria porque Bertin é uma empresa fundida ou com troca de ações, por isso ajudaria nosso balanço para que a empresa não seja alavancada depois da fusão. Os principais acionistas da JBS … não querem uma dívida três vezes superior ao lucro que geramos por ano.

Tradução: Gessulli Agribusiness