Em entrevista ao podcast da safras e mercados o analista do Rabobak, Adolfo Fontes, falou das oportunidades para as exportações de carne suína brasileira para China e México. Adolfo explicou que no caso da China, o Rabobank, tem um estudo que revela três possíveis cenários para produção de carne suína na China de acordo com a expansão do vírus da Peste Suína Africana. Em um cenário mais positivo para a produção chinesa, no qual tenha uma queda de 0 a 2% da produção o país teria a necessidade de importação de cerca de 1 milhão de toneladas. No segundo cenário com uma perca de 4 a 6% essa necessidade aumentaria de 2 a 3 milhoes e em um cenário que o vírus se espalhe de maneira mais agressiva, inclusive para grandes propriedades, essa queda pode ser entre 8 e 10%, ou seja uma necessidade de repor 5 milhões de toneladas.
Fontes explica que o Brasil não tem mercadoria para atender toda essa demanda, mas seria um dos fornecedores da proteína para repor as perdas. “Num cenário que a China demande um volume adicional, o Brasil se mostra como um importante candidato, mas não vai ser o único fornecedor da carne, já que hoje não teria condições, mas é uma oportunidade de aumentar nossas exportações de forma gradual para um destino que se mostra mais interessante não só no curto prazo”, explica.
Outro destino em potencial para o analista é o México, que é um país dependente de importação. Hoje o país importa cerca de 800 toneladas da carne e é abastecido pelos Estados Unidos e Canadá devido ao Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta).
Recentemente o México abriu uma cota para comprar 250 mil toneladas fora do Nafta, com o objetivo de ficar menos dependente dos Estados Unidos e Canadá, o que traz outra oportunidade ao suíno brasileiro. Para Fontes o Brasil deve estreitar o relacionamento com o país “A gente tem que acentuar as negociações no México, não só por ser uma oportunidade de curto prazo, mas como um parceiro de longo prazo no mercado”.