Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Agroindústrias

Aumento de 10,5% na cotação de suínos em uma semana

Coopercentral Aurora reajusta preços duas vezes nesta semana e influencia o mercado sul-brasileiro de suínos. O quilo do animal subiu de R$ 1,90 para R$ 2,10 no sistema integrado.

O movimento de reação e de recuperação de preços na suinocultura catarinense intensificou-se nesta semana, depois de vários meses com preços engessados e perda de rentabilidade. A Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos), maior compradora e abatedora de suínos de SC, concedeu dois reajustes nesta semana – R$ 0,10 na segunda-feira (dia 18) e mais R$ 0,10 nesta quinta-feira (dia 21) –  que representam 10,5% de majoração no preço do quilograma de suíno vivo.

O preço praticado até a semana passada (R$ 1,90) subiu para R$ 2,00 na segunda e para R$ 2,10 nesta quinta-feira. Com o adicional do fator tipificação, o preço final ao criador chega a R$ 2,26.

Ao anunciar o novo preço, o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, destacou que o duplo reajuste nesta semana confirma o início de um período de recuperação dos preços pagos aos suinocultores que deverá se manter por alguns meses. “Os criadores, agora, começam a contabilizar menos prejuízos”, festejou o dirigente.

A decisão da Coopercentral representa 16,6% de elevação dos preços somente em julho e influencia, não só o mercado catarinense (as demais agroindústrias devem acompanhar o reajuste), como também o mercado sul-brasileiro.

Os preços do suíno atingiram o pico no mês de novembro passado, em razão da demanda pela carne suína no mercado interno, estimulada pelas vendas de produtos típicos das festas natalinas. Naquele período, o preço-base chegou a R$ 2,60, mas, entrou em ritmo de queda em dezembro, fenômeno que somente agora começa a ser revertido.

A chegada do inverno e o aumento do consumo da carne suína sustentam a recuperação dos preços, mas, também existem outros fatores. A Rússia, que havia embargado as importações de carnes e outros produtos de proteína animal de 89 processadoras de carnes em três Estados brasileiros em 15 de junho (MT, PR e RS), voltou atrás em sua decisão e deve retomar os embarques.

Outro fator positivo é que a China poderá iniciar a importação de carne suína diretamente das agroindústrias brasileiras. Atualmente, a China consome a carne suína brasileira através das importações de Hong Kong. O Brasil poderá incrementar as vendas ao mercado chinês, oferecer cortes nobres e entrar num país com população de renda emergente.

Mercado

De acordo com o presidente da Coopercentral Aurora, o mercado está sensível a esses acontecimentos, de um lado, porque o crescimento da demanda no mercado doméstico permite a recuperação de preços; de outro lado, porque essas movimentações internacionais melhoram o clima das negociações ante as expectativas de exportação. Além disso, o preço da carne bovina – principal concorrente da carne suína –  está em alta e sem perspectiva de queda.

A suinocultura representa a maior cadeia produtiva de Santa Catarina, gerando 65 mil empregos diretos e 140 mil indiretos. Cerca de 55 mil produtores dedicam-se a atividade. O rebanho permanente é de 6 milhões de cabeças.