Com um mix de 700 produtos, entre carnes de aves e suínos, lácteos e pizzas, a Coopercentral Aurora completa no dia 15 de abril em 2010, 41 anos de crescente participação no mercado nacional. Consolidou-se como uma das maiores expressões do cooperativismo brasileiro e ocupa vitoriosa posição entre os maiores grupos agroindustriais do país. Com sede em Chapecó, a Aurora reúne 15 cooperativas singulares que, no conjunto, representam mais de 70 mil produtores rurais.
A Aurora nasceu, em 1969, da reunião de oito cooperativas de produção agrícola (hoje são 15) que perceberam a importância estratégica da conjugação de esforços, em grau superior, para superar a condição de fornecedor de matéria-prima a que estavam destinados os produtores rurais.
Ao organizar a produção em nível regional e obter uma oferta em escala, a Coopercentral Aurora criou as bases para a industrialização da produção gerada pelos associados das cooperativas singulares filiadas. A determinação e o arrojo dos dirigentes cooperativistas – tendo à frente o pioneiro Aury Luiz Bodanese – permitiram construir uma estrutura agroindustrial capaz de absorver, transformar e conquistar mercado para essa produção.
Ao completar 41 anos, a Coopercentral Aurora apresenta resultados em duas dimensões. Na dimensão interna, processa a matéria-prima gerada por mais de 70.000 famílias rurais associadas às 15 cooperativas filiadas à Coopercentral, garantindo renda e mercado. No plano externo, tornou-se uma empresa do setor de alimentos e não mais, apenas, de produtos cárneos, com marcante inserção nacional e crescente participação no comércio internacional. Essa nova visão foi formatada no atual planejamento estratégico da cooperativa e manifestou-se, concretamente, com a diversificação de seu mix de produção e o lançamento da linha de lácteos e pizzas, entre outras ações.
A Aurora tem atuado também como difusora do conhecimento científico, assegurando o acesso do pequeno produtor aos avanços da pesquisa agropecuária. A proteção econômica, a atualização tecnológica e a defesa política que a Aurora proporciona ao seu universo de cooperados são faces da doutrina cooperativista.
Graças ao cooperativismo, o campo incorporou novas tecnologias, diversificou as atividades, tecnificou a agricultura e outras explorações pecuárias, adquiriu mais máquinas e equipamentos, automóveis e utilitários, móveis e eletrodomésticos. O cooperativismo ajudou a levar a eletrificação rural a todos os recantos, garantiu assistência técnica em todas as propriedades rurais, proporcionou habitação e saneamento. Enfim, elevou a qualidade de vida da família rural.
Resultados Econômicos
A SUINOCULTURA continuou sendo a atividade de maior relevância na contextura produtiva e de geração de receitas da Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos). Em 2009, a empresa abateu 3 milhões 280,5 mil suínos, com crescimento de 1,8% em relação ao ano anterior. Esse abate total anual foi caracterizado por excelentes indicadores e registrou 85,79 kg de peso médio e de 57,79% de carne magra. A Aurora encerrou o ano de 2009 com 3.799 produtores de suínos integrados, 175.164 matrizes no campo que proporcionaram 2 milhões 471,2 mil leitões para serem terminados no sistema Suicooper III e 328.152 leitões de creches.
A produção in natura de carnes (congelados, salgados e outros) evoluiu 6,1% e passou para 291.729 toneladas. A industrialização de carnes suínas cresceu 3,4% para 251.864 toneladas, incluindo as categorias linguiças, salsichas, mortadelas, presuntaria, produtos especiais, curados, defumados, refinados, fatiados, hambúrgueres e industrializados destinados ao mercado externo.
Foram lançados seis cortes de carne suína resfriada, em bandejas, com a marca Nobre. Na linha de industrializados, 15 novos produtos foram lançados, incluindo novas variedades de hambúrguer, salsichas, mortadelas e linguiças saborizadas “Aurora Selecionados”.
Na unidade de São Gabriel do Oeste (Mato Grosso do Sul) foi inaugurada uma linha de produção de hambúrguer com capacidade instalada de 1.000 toneladas/mês. Ali, Aurora investiu 26 milhões de reais na ampliação da unidade de abate e processamento de suínos para robustecer sua participação no mercado brasileiro de hambúrgueres. Trata-se de uma moderna linha industrial que permitiu lançar no primeiro trimestre dez novos itens para conquistar uma presença mais expressiva no mercado brasileiro de hambúrgueres.
Por outro lado, numa demonstração de que atua na vanguarda da indústria mundial de alimentos cárneos, a Coopercentral Aurora está desenvolvendo em parceria com as cooperativas filiadas o projeto “suíno ideal”. A ideia é tão simples quanto arrojada: produzir um suíno estandardizado, ou seja, que obedeça a padrões de peso, tamanho, qualidade da carne etc, permitindo a otimização do aproveitamento industrial. O projeto busca a melhoria contínua da cadeia produtiva com a redução na variabilidade de peso de carcaça fornecida para a indústria; garantir o fornecimento de matéria-prima para a indústria; melhor remuneração para o produtor integrado ao sistema Suicooper III; melhoria na conversão alimentar e mortalidade na propriedade e transporte. A padronização do processo de produção é extremamente importante, pois assegura domínio do processo produtivo, redução da variabilidade dos suínos disponibilizados para o abate e por consequência: rendimentos e cortes padronizados, volume produzido dentro do planejado e maior controle sobre os custos.
Uma das medidas que marcou 2009 teve como fulcro o mercado mundial recessivo e levou o Conselho de Administração da Coopercentral Aurora a suspender temporariamente, em abril, as atividades da unidade de abate de suínos do município de Joaçaba, no meio-oeste de Santa Catarina. A decisão resultou da acentuada e prolongada queda das exportações catarinenses de carne suína, o que impactou diretamente nos resultados da indústria de Joaçaba, credenciada para exportações aos principais mercados externos. Esse fato associou-se a outro, de natureza ambiental: a insuficiência de água para suprimento da indústria que, desde sua inauguração, em 2002, aguarda investimentos pactuados com o Estado e o Município para a construção de sistema de captação de água bruta e destinação de efluentes.
A paralisação temporária de Joaçaba não representou nenhum recuo na atividade econômico-financeira nem afetou a produção total de carne suína, pois o abate de Joaçaba (1.200 cabeças por dia) foi transferido para as unidades de Chapecó (SC) e Erechim (RS). Além de não reduzir o volume de operações, esta medida otimizou os processos de industrialização e gerou uma economia de aproximadamente 7 milhões de reais em 2009.
A AVICULTURA também teve um ano atípico. A diminuição da demanda mundial por carne de frango – especialmente na Ásia e na Europa – determinou queda generalizada nas exportações brasileiras e impactou negativamente a produção. A Coopercentral Aurora reduziu em 13,1% o volume total de abate que caiu de 119,9 milhões de cabeças para 104,2 milhões de aves. Para operacionalizar essa redução, foi desativado um turno na unidade de Quilombo (SC).
A produção in natura de carne de aves (frango inteiro, cortes, miúdos e outros) baixou 10,1% para 205.094 toneladas. A industrialização de carnes de aves, entretanto, expandiu-se em 9,1% para 39.334 toneladas de embutidos, empanados, fatiados, linha light, hambúrgueres. Produtos especiais e industrializados para o mercado externo.
Apesar da redução do abate – uma contingência mercadológica – a avicultura da Aurora ultrapassou marcas históricas de produtividade. Quebrou a barreira dos 300 pontos no índice de eficiência europeu (IEE), chegando a 312. Na conversão alimentar, outro importante recorde: 1,798 kg de ração consumida para 1 kg de carne de frango vivo. Esse avanço de eficiência (83 gramas abaixo do índice de 2008) representa economia de mais de 12 milhões de reais ao ano no custo de alimentação das aves. Na idade média de abate também ouve aperfeiçoamento: as aves foram abatidas 1,8 dias mais jovens para um peso médio semelhante a 2008.
A Aurora colocou novos produtos do negócio aves no mercado, entre eles, presunto de frango e corte de frango em bandejas. A base produtiva da Coopercentral Aurora é formada por 1.1601 avicultores que cultivam 1.784 criatórios de aves. A capacidade total de alojamento é de 15 milhões de frangos de corte e 1 milhão 126 mil matrizes.
Para fortalecer e conferir maior autonomia à cadeia avícola industrial, a Coopercentral Aurora inaugurou em 17 de dezembro de 2009 uma das maiores fábricas de rações para aves do Brasil, localizada no quilômetro 111 da BR-158, no município de Cunha Porã (SC). Constitui-se em um dos mais modernos complexos de produção de rações para frangos de corte e matrizes de frango e absorveu investimentos da ordem de 65 milhões de reais. A nova fábrica gerou 75 novos empregos diretos e 350 novos empregos indiretos.
A indústria foi projetada de acordo com as mais avançadas práticas de fabricação de alimentos para animais e normas de segurança alimentar, pessoal e ambiental definidas pelas instruções normativas IN 04 (23/02/2007) e IN 65 (21/11/2006) do Ministério da Agricultura. A Aurora centralizou ali a fabricação de rações para aves. A localização da unidade, a qualidade dos equipamentos e a nova operação logística proporcionarão uma economia 11 milhões de reais por ano à Aurora.
A indústria (terreno de 125.000 metros quadrados e planta industrial com 20.000 metros quadrados de área construída) tem capacidade dinâmica de recebimento de milho e farelo de soja de 300 toneladas por hora, capacidade estática de armazenagem de milho de 25.000 toneladas e capacidade estática de armazenagem de farelo de soja de 2.800 toneladas. Essa configuração proporciona a produção de 80 toneladas por hora.
Na área de LÁCTEOS foram processados 246 milhões 302,5 mil litros de leite, crescimento de 9,5% no volume total de matéria-prima recebida. A industrialização cresceu 36,7% para 96.225 toneladas nas linhas de leite longa vida, queijos, bebidas lácteas, leite em pó, creme de leite e outros industrializados. Catorze novos produtos lácteos foram lançados no mercado em 2009, diversificando a linha Aurora com iogurtes, creme de leite, requeijões, queijo coalho, queijos prato e mussarela mini.
O período foi marcado por um sinistro de grandes proporções materiais. Em 30 de abril de 2009, um incêndio destruiu parcialmente a indústria de processamento de leite pertencente à Coopercentral Aurora, no município de Pinhalzinho, no oeste de Santa Catarina. A indústria da Coopercentral Aurora, totalmente automatizada, emprega 329 trabalhadores. Os 600.000 litros de leite que a Aurora recebia e processava diariamente foram transferidos para empresas parceiras e/ou comercializados diretamente no mercado.
Essa unidade é considera a maior e mais avançada indústria de produtos lácteos do país. A planta está instalada à margem da BR-282, no município de Pinhalzinho (SC), com capacidade inicial de processamento de 600 mil litros de leite por dia, passando a 2 milhões de litros/dia no fim de 2010. O investimento total atinge R$ 160 milhões de reais. A unidade está em reconstrução e volta a operar em plena capacidade em meados de 2010.
A bacia leiteira formada pela área de atuação da Aurora gera 3,5 milhões de litros por dia, 25% dos quais é produzido dentro do sistema cooperativista. A indústria é alimentada por 14.400 produtores associados a um grupo de onze cooperativas filiadas à Aurora: Cooperalfa, CooperA1, Copérdia, Coperio, Cooperauriverde, Cooperitaipu, Cotrisal, Colacer, Coopervil, Camisc e Cotrel.
No segmento de MASSAS, a Aurora aumentou em 39,5% a produção de pizzas, pão de queijo e lasanhas, que cresceram de 1.948 para 2.718 toneladas/ano. A Aurora encerrou o ano de 2009 com 13.003 colaboradores, sendo 57,83% homens e 42,17% mulheres.
As DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS expressam a complexidade do período. A Coopercentral Aurora obteve, em 2009, uma receita operacional bruta de 2 bilhões 780,9 milhões de reais, crescimento de 4,09% em comparação ao ano anterior.
As vendas no mercado interno representaram 86,10% dessa receita ou 2 bilhões 394,3 milhões de reais, com crescimento de 7,68%. Na composição do faturamento no mercado doméstico destacaram-se as vendas de carnes suínas (1 bilhão 512,4 milhões de reais), de carnes de aves (525,0 milhões de reais), de derivados lácteos (195,2 milhões de reais), de rações suínas (35,3 milhões de reais), carnes bovinas (22,2 milhões de reais), massas (21,2 milhões de reais) e reprodutores (10,2 milhões de reais).
As vendas no mercado externo contribuíram com 13,90% da receita bruta e totalizaram 386,5 milhões de reais. Essas divisas foram obtidas mediante a venda de 172,3 milhões em carnes suínas e 214,1 milhões em carnes de aves. As exportações da Aurora, no período, recuaram 13,70% em decorrência da nociva associação de vários fatores, entre eles, a sobrevalorização do real, a diminuição da demanda mundial de carnes e a queda geral do nível de preços praticados no mercado mundial como reflexo da crise financeira internacional. O ano de 2009 encerrou com resultado financeiro negativo e as perdas do exercício foram de 148,2 milhões de reais, equivalentes a 5,89% da receita operacional bruta.
Emoldurada por um ambiente de incremento do consumo e retomada dos investimentos, a Coopercentral Aurora implementará, em 2010, ações e programas para recuperar as perdas do exercício recém-encerrado, ampliar as receitas e suas margens líquidas. Além da superação das condicionantes que definiram a crise aguda de 2009, o otimismo para o novo período funda-se, objetivamente, na expressiva diminuição dos principais custos de produção da cadeia industrial da carne – grãos, fertilizantes, defensivos e outros insumos – nos mercados nacional e internacional, permitindo compor um quadro de ganhos, expansão e crescimento.
Estrutura Própria
O complexo agroindustrial Coopercentral Aurora é constituído por três unidades industriais de aves (duas próprias, uma arrendada), oito unidades industriais de suínos (seis próprias, duas arrendadas), uma indústria de lácteos, três fábricas de rações (duas próprias, uma arrendadas), três incubatórios (um próprio, dois arrendados), três unidades armazenadoras de grãos, três granjas matrizes de aves (duas próprias, uma arrendada), três granjas de melhoramento genético de suínos, 32 distribuidores, 45.000 clientes e mais de 13.000 colaboradores.
Diretoria
O conselho de administração da Coopercentral Aurora é formado por Mário Lanznaster (presidente), Neivor Canton (vice-presidente), Marcos Antônio Zordan (secretário e diretor agropecuário) e Nei Mânica, Décio Sonaglio e Ari Reisdoerfer (conselheiros).
Aurora e cooperativas filiadas
A Aurora e suas 15 cooperativas filiadas representam 70.000 produtores rurais cooperados, 13.000 colaboradores e R$ 7,3 bilhões em faturamento. As filiadas são: Cooperalfa (Chapecó/SC), Cotrijal (Não Me Toque/RS), Cotrisal (Sarandi/RS), CooperA1 (Palmitos/SC), Coopercampos (Campos Novos/SC), Copérdia (Concórdia/SC), Coperio (Joaçaba/SC), Cotrel (Erechim/RS), Auriverde (Cunha Porã/SC), Cooperitaipu (Pinhalzinho/SC), Camisc (Mariópolis/PR), Coasgo (São Gabriel do Oeste/MS), Coopervil (Videira/SC), Coolacer (Lacerdópolis/SC) e Caslo (São Lourenço do Oeste/SC).
Balanço Sócio-Ambiental
A Fundação Aury Luiz Bodanese e a Aurora Alimentos contabilizaram em 2009 atividades e investimentos que demonstram a grandeza e a responsabilidade da cooperativa: 458 ações, com 53.091 pessoas envolvidas, 939 multiplicadores e R$ 272.312,62 reais investidos. Nas 23 ações culturais foram investidos R$ 111.809,34 com público de 4.221 pessoas; nas 310 ações sociais, que envolveram 43.208 pessoas o investimento foi de R$ 139.507,69; e nas 125 ações de teor ambiental, foram aplicados R$ 10.064,05 beneficiando 5.662 pessoas.
Além de todas as ações previstas nos programas mantidos pela Fundação também foram realizados cursos de contação de histórias para funcionários, familiares e instituições, ações comunitárias nos municípios de Quilombo e Sarandi, palestras nos municípios de Chapecó, Pinhalzinho, Maravilha, São Miguel do Oeste, Quilombo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul nos municípios de Sarandi e Erechim. Também foi realizado sopão e orientação para moradores de rua no município de Guarulhos (SP), visitas, casamento comunitário, doação de sangue, arrecadação de roupas e alimentos, e participação em eventos de outras instituições.
Para 2010 o plano de atividades prevê a continuidade dos programas na área cultural, o canto Coral, dança e Museu, na área social os programas como Amigo Energia, Atitude Agora, Família é Tudo, Vivendo Saúde e Abraçando a Vida e na área ambiental com a Turminha da Reciclagem.
A presidente da Fundação, Isabel Cristina Machado, analisa 2009 como um ano produtivo. “Sabemos o que cada uma das nossas ações representa para as pessoas envolvidas e o quanto isso é importante para elas. Por isso nossa responsabilidade é ainda maior a cada ano que inicia. No ano de 2010 daremos continuidade e estamos preparados para um ano cheio de atividades”.