Redação (03/04/2009)- A Coopercentral Aurora anunciou nesta quinta-feira o fechamento de uma unidade de abate de suínos localizada em Joaçaba, no meio-oeste catarinense. A cooperativa justificou como motivos do fechamento o mercado mundial recessivo e o fato de a planta estar sofrendo nos últimos dias com falta d”água por conta da seca que atinge a região. No total, 218 funcionários foram demitidos.
A unidade de Joaçaba produzia carcaças suínas (produto de baixo valor agregado) e estava fortemente vinculada ao mercado russo. Apesar de a reabertura da Rússia ter sido autorizada recentemente para o Estado, depois de três anos de embargo, ainda não foi concluída a auditoria nas plantas da Aurora, o que Mário Lanznaster, presidente da cooperativa, espera para somente daqui 90 dias.
"Mas, mesmo assim, a Aurora tem condições de atender o mercado russo com outras unidades que são mais completas", disse ele, referindo-se ao fato de que para tornar Joaçaba uma planta competitiva, teria que investir em linhas de cortes e industrialização. O plano da empresa no momento, porém, não é investir, e sim reduzir custos.
O fechamento da unidade, segundo ele, vai gerar uma economia de R$ 7 milhões. A produção de Joaçaba, que era realizada em turno único e chegava a 1,1 mil suínos/dia, será transferida para duas unidades localizadas em Chapecó, que serão ajustadas para absorver o volume com o aumento de horas de trabalho. Assim, não será reduzida a produção de suínos da Aurora, que é de 12 mil cabeças/dia e está distribuída em oito unidades de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Segundo Lanznaster, já em março havia a decisão de fechar a unidade por conta da queda de demanda internacional, mas o problema da falta de água precipitou a medida que estava prevista para o fim de abril. Ele disse, no entanto, que nenhuma outra unidade da Aurora será fechada neste ano.
O fim das operações em Joaçaba, unidade inaugurada em 2002, acontece na esteira de outras medidas que vêm sendo tomadas pela Aurora com o propósito de reduzir custos em razão da crise financeira mundial. Dentre outras, a cooperativa concedeu férias coletivas, diminuiu turno de produção de aves e não tem feito reposição de funcionários que pedem demissão.
De acordo com Lanznaster, a unidade fechada não será vendida e existe a possibilidade "daqui um ou dois anos de voltar a funcionar", mas isso dependeria das condições de mercado.