Redação (12/06/07) – Essa experiência em rastreabilidade será uma das primeiras e mais complexas do país e permitirá detectar, registrar e rastrear um insumo ou produto desde a origem (na granja) até o destino final (na mesa do consumidor).
Para atingir esse objetivo, a Coopercentral Aurora buscou o apoio do Sebrae/SC e do Senar/SC. A implantação do projeto de rastreabilidade inicia no próximo dia 27, com seminário interno para técnicos e gestores, no qual serão apresentados o conceito, a importância para o consumidor e a indústria, requisitos básicos e estruturação do sistema de rastreabilidade, entre outras abordagens.
Desde 2006 a Aurora está discutindo a rastreabilidade como uma ferramenta essencial para a verificação dos atributos de credibilidade perante os fornecedores, produtores, clientes e fornecedores, explica o presidente Mário Lanznaster. “O mercado exige um diferencial de competitividade no país e no exterior porque tornou-se um indicador de segurança alimentar ao rastrear a história do produto da granja à mesa do consumidor final”.
A Coopercentral já possui instrumentos de gestão de qualidade, como dados, registros e plano APPCC (análise dos perigos e pontos críticos de controle) e está próxima a satisfazer as exigências que o sistema de rastreabilidade impõe, mostra o agente de articulação do Sebrae, Ênio Alberto Parmeggiani. Trata-se de uma continuidade aos programas de “Qualidade Total Rural” e “De Olho na Qualidade Rural” (atualmente chamados de “programa de desenvolvimento de produtores rurais integrados às cooperativas”) que estão sendo implementados há cerca de dez anos e que facilitaram a seleção da metodologia para implantação da rastreabilidade.
O sistema a ser adotado pela Aurora permitirá capturar, armazenar e relacionar desde o provedor de insumos e matérias-primas, produtores, cooperativas singulares, até as unidades industriais da Aurora, a logística e o transporte, as unidades de venda e os consumidores. Um fluxo com registro, identificação e transmissão de informações permitirá conhecer a procedência, o produto e sua localização.
Parmeggiani explica que se trata de um monitoramento seguro e completo. O REGISTRO dos estabelecimentos, das movimentações e das operações obedecerá normas internacionais da Codex Alimentarius, Comunidade Econômica Européia, Europgap e, nacionais, do Mapa, ABNT e Inmetro, entre outros.
A IDENTIFICAÇÃO dos animais poderá ser feita com brincos, anéis, chips eletrônicos ou DNA. Para insumos ou matérias-primas é indicada a utilização de etiquetas-padrão com a informação em código de barras. A transmissão das informações entre os parceiros da cadeia (fornecedor-cliente) será definido por acordos e utilizará os vínculos sucessivos entre lotes de produção e unidades de logística.
“Rastreabilidade é uma ferramenta permanente para aplicação ocasional que está relacionada com a eficiência logística e de processos, com qualidade e segurança alimentar e constitui-se em diferencial competitivo”, assinala Ênio Parmeggiani.
BENEFÍCIOS
Mário Lanznaster realça que a adoção da rastreabilidade fortalecerá o sistema cooperativo, servirá de apoio para a prevenção de problemas, proporcionará informação dentro da empresa para facilitar o controle de processos e a gestão, protegerá a marca, identificará a origem e a responsabilidade dos problemas. Além disso, agregará valor aos negócios, potencializará o mercado, fidelizará consumidores e, como resultado final, assegurará a qualidade e a certificação dos produtos.
Para os consumidores e clientes, os benefícios decorrerão da garantia de atendimento a qualquer problema com a máxima eficiência, do cumprimento de normas e da confiança no produto adquirido. As vantagens para os órgãos governamentais residem na facilidade em auditorias, fiscalizações e no combate à falsificação, apoio na segurança contra o terrorismo.
O diretor técnico do Sebrae/SC, Anacleto Ângelo Ortigara, assinala que haverá grande cooperação e integração entre todos os envolvidos na cadeia produtiva mediante a utilização de uma linguagem única e global
Dezoito meses serão necessários para a completa implantação do sistema de rastreabilidade na Coopercentral Aurora, período no qual serão cumpridas as seis etapas: organização, identificação & planejamento, execução, verificação, avaliação & melhoria, acompanhamento & avaliação do projeto.
A implantação do sistema de rastreabilidade nas cadeias produtivas de aves, suínos e leite servirá, também, como preparação para a conquista da ISO 22000:2005. As unidades ficarão preparadas para implantar novos programas exigidos pela legislação ou pelos clientes em áreas como metrologia, responsabilidade social, controle de resíduos biológicos em produtos de origem animal, abate humanitário, absorção de água em carcaça de frango, reclamações de clientes, responsabilidade ambiental, controle de vidros e acrílicos, entre outros.
O comitê gestor – formado por técnicos e gestores da Aurora, das cooperativas filiadas e do Sebrae/SC – definiu e organizou o projeto com o acordo de resultados que definiu atividades e responsabilidades. Inicia agora a identificação e o planejamento com a formatação de um plano de ação para estabelecer requisitos, especificações técnicas, descrever procedimentos, sensibilização e capacitação técnica. Essa fase consistirá em diagnóstico da situação e do mercado, análise da legislação, consulta com fornecedores e clientes e delimitação da abrangência.
O aspecto crucial será a identificação e avaliação dos requisitos de rastreabilidade, pontos de controle, critérios de agrupação e ferramentas disponíveis. Serão identificados registros, padrões e documentação necessária, mecanismos de avaliação/verificação, intercâmbio de informações, recall e capacitação.
Na seqüência serão cumpridas as etapas de execução (com testes), verificação (com controles monitorados e auditorias), avaliação & melhoria (com identificação de desvios e melhorias do sistema).