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AveSui 2012

AveSui: Desperdício de ração em granjas brasileiras chega a até 20%

Em tempos de insumos caros, como o atual, minimizar o desperdício de ração é imperativo para o suinocultor. Não apenas por questões de produtividade do rebanho, mas de sobrevivência econômica do negócio. Só nos comedouros perdas podem chegar a 5%.

Três variáveis determinam o sucesso da produção de suínos nas fases de crescimento e terminação: a redução da conversão alimentar, a produção de carcaças de alta qualidade com alta deposição de carne magra e a redução da mortalidade. Todos esses fatores são diretamente e decisivamente influenciados pela alimentação.

Pode parecer uma constatação óbvia, mas a escolha do tipo de arraçoamento, do sistema de alimentação e dos comedouros não é tão simples quanto parece. Esses três elementos têm que necessariamente estar harmonizados. Caso contrário, pode haver subutilização e desperdício de ração e queda nos índices zootécnicos. Em tempos de insumos caros, como o que se vive atualmente, maximizar o aproveitamento da ração e evitar perdas não são apenas uma questão que mira a produtividade, mas a própria sobrevivência do suinocultor no mercado.

“A maneira como o alimento é fornecido aos animais apresenta grande importância na melhora da conversão alimentar e redução dos custos de alimentação”, afirma Osmar Antonio Dalla Costa, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves. “O tipo de arraçoamento determina o uso de mão-de-obra, a eficiência alimentar e a qualidade da carcaça. Fatores como o desperdício de ração não podem ser desprezados, visto que ocorrem com frequência em muitas propriedades”, completa. Segundo ele, o desperdício de ração aumento o custo de produção, mascara a estimativa do custo real de alimento, além de aumentar o volume de dejetos produzidos.

De acordo com Dalla Costa, a perda de ração numa granja de suínos varia entre 2% e 20%. “Só nos comedouros, o desperdício pode chegar a 5%, fato que também prejudica a eficiência do lote”, revela. Nesse sentido, a regulagem dos comedouros é crucial para estancar o desperdício de ração. Neste quesito, enfatiza o pesquisador, o funcionário desempenha papel de destaque. “Por melhor que seja o comedouro o fator principal par seu bom funcionamento é a pessoa que faz a regulagem do equipamento”, afirma Dalla Costa.

O espaço disponível para cada suíno no comedouro também tem impacto sobre o consumo de ração. Esse ajuste precisa ser fino. O pesquisador explica que em situações nas quais o espaço para alimentação é restrito, os suínos torna-se mais agressivos e gastam mais energia para obter o alimento. Se o espaço no comedouro é maior que o necessário, entretanto, aumenta o desperdício de ração pela incidência de fezes e urina dentro do equipamento. “O modelo e a posição dos comedouros e bebedouros devem permitir fácil acesso aos animais, minimizando a produção de resíduos”, adverte Dalla Costa.

A escolha do tipo de arraçoamento também é decisivo para maximizar o aproveitamento da ração e, consequentemente, a lucratividade do produtor. De acordo com Dalla Costa, para avaliar o sistema mais adequado à sua propriedade – alimentação à vontade, restrita, controlada, líquida – o produtor precisar considerar as características de sua granja e ficar de olho em duas variáveis importantes: o custo dos insumos e o preço pago pelo suínos.

Outro fator importante, segundo Dalla Costa, é a granulometria da dieta. “Dietas peletizadas, por exemplo, apresentam maior fluidez e por isso facilitam o trabalho de regulagem, comparadas a dietas fareladas. Já dietas com ingredientes de má qualidade fazem com que os animais rejeitem seu consumo, colocando-a de lado e aumentando o desperdício”, explica o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves.