A produção integrada de aves e eucalipto é uma atividade que vem se desenvolvendo com sucesso na cadeia do agronegócio paranaense, fomentando o avanço sustentável da atividade avícola no Estado. O crescimento da avicultura no Paraná abre espaço para a diversificação das propriedades. A prática vem se constituindo numa importante aliada das agroindústrias para driblar momentos pontuais de instabilidade em algum setor específico, mantendo posição de destaque na economia do Paraná. Somado a isso, dentro do próprio segmento avícola a produção de madeira é amplamente utilizada, em todas as etapas da avicultura industrial de corte.
Em virtude disso, muitas empresas têm apostado na diversificação no ramo de atuação, investindo em culturas integradas para se desenvolverem juntamente com a avicultura. Um exemplo positivo é do Grupo Frangos Canção, que em 1992 iniciou as atividades na avicultura na região de Maringá. Depois de se consolidar como uma das principais empresas na cadeia avícola do estado, maior produtor de frango de corte do país, a empresa incentiva a produção integrada de frango e eucalipto entre os seus produtores integrados. Com isso, o grupo incentiva o desenvolvimento sustentável de seus integrados, amenizando o desmatamento das florestas nativas nas propriedades dos produtores, que utilizam a madeira de eucaliptos em diversas áreas do segmento avícola.
De acordo com o gerente agroindustrial da Frangos Canção, Valmor Ceratto, o consumo de madeira na avicultura está presente em todas as etapas. “Usa-se madeira na construção dos aviários, no aquecimento de lotes, na secagem do milho e da soja, nas caldeiras frigoríficas e no processamento de sub-produtos. Ou seja, em todas as etapas da atividade avícola a madeira é um componente essencial”, diz. Ele explica que o eucalipto foi escolhido por ser uma espécie ecologicamente correta e economicamente rentável, adequada para gerar energia e produzir camas aviárias de qualidade.
Segundo Ceratto, a cada mil aves criadas há um consumo de 4 metros cúbicos de madeira de eucaliptos. “O Brasil produz anualmente 5 bilhões de cabeças de frango de corte, o que corresponde a um consumo de 20 milhões de metros cúbicos de madeira de eucaliptos. No Paraná, maior produtor de frango do país, está concentrada a produção de 23% desse volume, com um consumo de 38 mil alqueires de área de terras com reflorestamento com eucaliptos”, revela. O gerente agroindustrial afirma que a prática tem mostrado que as propriedades mais produtivas e rentáveis são aquelas em que o produtor preserva o meio ambiente, por isso a importância em se estimular o desenvolvimento dessas duas culturas: avicultura e plantação de eucalipto.
O projeto de incentivo às duas culturas no Grupo Frangos Canção estimula o desenvolvimento sustentável da avicultura. “Algumas propriedades avícolas possuem áreas improdutivas significativas. O reflorestamento pode fazer com que o produtor diversifique suas atividades e produza madeira para subsistência. O plantio de árvores, com manejo adequado e utilização múltipla da floresta, além do consumo como lenha, pode produzir outros produtos mais nobres, gerando lucros para a propriedade”, afirma Ceratto.
Matriz energética
Segundo Valmor Ceratto, outra meta do programa é estimular os avicultores integrados à Frangos Canção a utilizar madeira de reflorestamento como matriz energética nos aviários, ampliando a rentabilidade dos criadores de frango em média em 10%. Ele explica que a principal vantagem do reflorestamento é a possibilidade de ampliação da rentabilidade da propriedade, utilizando áreas pouco produtivas para a produção de madeira.
Outro benefício é atingir requisitos para a habilitação de exportação a diversos mercados que consideram as barreiras ambientais como diferenciais na compra de produtos. “Este é mais um passo para alcançarmos uma gestão integrada econômica e ambiental da propriedade avícola do Paraná. O reflorestamento também beneficia a empresa, que ganha visibilidade em grandes centros como a Europa, mercado que valoriza negócios com empresas ecologicamente responsáveis”, afirma.
Números da avicultura do Paraná
De acordo com levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB), cada vez mais produtores rurais estão se dedicando à produção de frango de forma integrada, isto é, com subsídio das indústrias avícolas no Paraná. Em agosto do ano 2000, havia 5.810 aviários cadastrados pela SEAB no estado. Hoje eles somam 11.465, o que representa um aumento de 50,6% em apenas quase nove anos. O número de granjas dobrou em menos de uma década, impulsionado pelo boom da avicultura no Paraná. Hoje, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o estado é o principal produtor nacional de frango de corte, com a produção de 490.897.299 cabeças de frango no acumulado janeiro maio de 2009. No ano passado, foram produzidas 1.222.123.962 cabeças de frango no período de janeiro a dezembro de 2008.
Nas exportações, o estado comercializou com o mercado externo 361.494.339 quilos de frango no acumulado janeiro-maio, o que rendeu um faturamento de 489.877.244 dólares no mesmo período. Com esse desempenho, o Paraná representa 25,81% do volume de frango de corte exportado pelo Brasil, ocupando o segundo lugar no ranking nacional de exportações do produto, atrás apenas de Santa Catarina.
Perfil da Frangos Canção
A Frangos Canção iniciou suas atividades em 1992, na região de Maringá. Para promover o negócio, aos poucos a organização buscou ampliar a sua área de atuação, optando pela criação de frangos de maneira integrada. Atualmente, a Frangos Canção abate 202 mil aves por dia e, com os investimentos realizados em todas as etapas de produção e excelente infra-estrutura, chegará a abater 210 mil aves por dia até o final de 2009. O Grupo atende os mais exigentes clientes, inclusive do mercado internacional, oferecendo produtos de excelente qualidade. Para isso, utiliza um processo de produção com alta tecnologia, agindo sempre com responsabilidade social e ambiental.
O Grupo Frangos Canção se lançou às exportações em 2006 e em seu terceiro ano operando com o segmento internacional já conquistou mercados consumidores importantes. Hoje, são aproximadamente 35 países que recebem com regularidade produtos feitos dentro da indústria.
Para 2009, há uma previsão de aumento da produção do grupo, o que também vai desencadear em um maior porcentual de exportações. Atualmente, as exportações representam 30% do montante da produção do Grupo e a meta é chegar aos 45% já no ano de 2009. Com isso, também haverá geração de empregos. Estima-se que aproximadamente 600 postos de trabalho sejam criados ainda este ano, viabilizando a a criação do 3º turno de trabalho. Este novo turno será destinado especificamente a produtos voltados à exportação.