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Renegociação

Banco do Brasil inicia renegociação de custeios para suinocultores

BB identificou que renda do produtor foi impactada pelos custos de produção

Banco do Brasil inicia renegociação de custeios para suinocultores

ABCSSuinocultores que pretendem renegociar os vencimentos dos custeios e investimentos pecuários para suínos junto ao Banco do Brasil já podem procurar suas agências para tentar a prorrogação dos débitos. No último dia 11 de novembro a instituição financeira divulgou uma instrução interna para todo o país autorizando as operações. A medida, que deve dar um novo fôlego aos produtores, é resultado do pleito defendido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) durante reunião realizada com representantes do banco em outubro.
 
Conforme a instrução divulgada, o Banco do Brasil identificou que a renda do suinocultor foi consideravelmente impactada pelos custos de produção, especialmente pela elevação do preço do milho, e ainda por fatores mercadológicos, como o desaquecimento do mercado interno, que também influenciaram na redução de margens da atividade. Assim, ficou estabelecido que desde o dia 14 de novembro o produtor pode procurar suas agências para renegociar a prorrogação das parcelas vencidas e vincendas entre setembro de 2016 e março de 2017, de empreendimentos conduzidos por suinocultores independentes.

 
Ainda de acordo com o comunicado do banco, para a renegociação das dívidas serão admitidos a dispensa do cálculo individualizado de capacidade de pagamento para as operações de custeio e investimento; novo cronograma de retorno para as operações de custeio, com exigência de pagamento mínimo de 15% para os produtores da região Sul, 30% para a região Centro-Oeste e 50% para as regiões Sudeste, Norte e Nordeste; além da prorrogação das parcelas de investimento, inclusive os custeios prorrogados em anos anteriores, vencidas ou vincendas no período de 01.09.2016 a 31.03.2017, para um ano após o vencimento final do contrato.
 
Segundo Marcelo Lopes, presidente da ABCS, a medida deve ajudar os produtores a entrar em 2017 menos descapitalizados. “Importante ressaltarmos o trabalho da diretoria de agronegócio do Banco do Brasil, que mesmo sem a obrigatoriedade de conceder a renegociação, entendeu o momento de dificuldade dos suinocultores e concedeu essa medida que chega em um momento crucial para que os produtores consigam recompor o capital de giro e possam honrar suas dívidas no futuro”, afirma.

Para Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e conselheiro e de relações com o mercado da ABCS, a medida deve aliviar o caixa dos produtores. “Essa conquista é resultado da audiência pública realizada em outubro a partir da mobilização feita pela ABCS, associações estaduais e produtores. Sem dúvida essa renegociação vai dar um novo fôlego e até mesmo permitir que os produtores tenham um escalonamento e consigam condições mercadológicas melhores no futuro”.

Desde o primeiro semestre deste ano, quando houve uma forte redução da oferta de milho no mercado interno e a disparada dos preços do grão, o setor suinícola brasileiro já acumula prejuízos que chegam à casa dos R$ 2,4 bilhões. Na tentativa de encontrar soluções para a crise, o setor participou de audiência pública no dia 04 de outubro na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde foram cobradas medidas de apoio do governo.

Como consequência da iniciativa, a cadeia obteve ainda no mês de outubro a liberação da importação de milho transgênico dos Estados Unidos, tida pelos produtores como uma opção viável e possível de abastecimento. Além dos pleitos já conquistados, o setor ainda luta pela abertura de uma linha de crédito emergencial para recomposição do capital de giro; a recomposição dos estoques públicos de grãos; a aprovação do projeto de lei Nº 5449/2016, que prevê a subvenção econômica a produtores; a inclusão de uma linha de crédito específica para retenção de matrizes no Plano Agrícola Pecuário; e a disponibilidade de linhas de crédito para modernização da atividade.