O frango é o bicho do momento. Além de marcar presença na Copa do Mundo, com as falhas dos goleiros, seu consumo está em alta devido ao baixo preço. Bom para o consumidor, ruim para o produtor e as indústrias.
Em Chapecó, é possível comprar cortes por menos de R$ 3,00 o quilo. Em alguns casos, chega a ser mais barato que duas garrafas de 500 ml de água mineral. Na Capital, o quilo do corte custa em média R$ 5.
– Para o consumidor, é um espetáculo. Há uma grande oferta do produto pelas indústrias, o que permite barganhar preços melhores – avalia um dos vice-presidentes da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) Amauri Battiston.
O empresário, que é dono da rede Celeiro, afirma que o frango é o carro-chefe na venda de carnes. O açougueiro Jonas Pereira confirma a liderança na venda da ave:
– O pessoal compra pelo preço.
O gerente de uma das unidades da rede Brasão, Gelson de Aguiar, estima que a venda de frango tenha crescido de 15% a 20% no último mês. Para o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila, os preços estão deprimidos e o consumidor tem se beneficiado.
– Devemos bater um recorde de consumo atingindo 41 quilos per capita neste ano – destaca. Hoje, o consumo é de cerca de 39 quilos por ano.
Segundo Ávila, um dos motivos para a queda foi o menor custo de produção, devido à baixa no preço da soja e do milho. Outro fator que contribuiu foi a crise internacional de 2008, que diminuiu o valor das exportações. Em 2009, o Brasil vendeu US$ 1 bi a menos do que em 2008. SC teve uma queda de US$ 300 milhões.
Mas o baixo preço não deve durar muito. De acordo com o presidente da Acav, no segundo semestre haverá uma alta de pelo menos 5% ou 6% nos produtos mais básicos. Além do maior consumo, há melhora nas vendas externas que voltaram a crescer no faturamento. No País, houve ganho de 21% no primeiro trimestre. Em SC, o aumento foi de 14%.
Battiston, da Acats, também prevê um aumento na carne de frango. Aguiar, gerente do Brasão, diz que os novos pedidos já estão com um reajuste de 8%, que deve ser repassado ao consumidor nos próximos 15 dias.