Brasil e México iniciaram negociações para um acordo de livre comércio, disse nesta segunda-feira o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, em uma tentativa de aprofundar os laços entre as duas maiores economias da América Latina, em um momento em que tensões comerciais ameaçam prejudicar o crescimento global.
Troyjo disse que o Brasil iniciou formalmente as negociações de livre comércio com o México, que recentemente ratificou um novo pacto comercial com Estados Unidos e Canadá em substituição ao Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês).
O secretário afirmou que o México tinha tradicionalmente foco no comércio com seus parceiros de Nafta, mas que deseja diversificar. Ele acredita que o Brasil poderá exportar mais produtos agrícolas para o México, economia número 2 da América Latina.
O Ministério da Economia do México confirmou as negociações.
“Tivemos conversas para ver de que forma podemos avançar em direção à liberalização, mas ainda não decidimos qual caminho tomar”, disse a pasta em um comunicado. “Mas estamos trabalhando nisso.”
O comércio entre Brasil e México figura abaixo dos volumes desejados, afirmou Troyjo em uma conferência organizada pelo Conselho Empresarial Brasil-China, em São Paulo.
Agora, porém, o acordo entre México, EUA e Canadá mudou o cenário, disse ele, acrescentando que “o Brasil tem um interesse mais imediato em aumentar suas exportações de commodities agrícolas para o México.”
O acordo ainda precisa ser ratificado por congressistas dos EUA e do Canadá.
As negociações com o México representam o mais recente capítulo nos esforços do Brasil para abrir sua economia e manter relações comerciais com mais países.
Sob o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil também já iniciou conversas por um acordo comercial com os Estados Unidos e acredita que um acordo entre a União Europeia e o Mercosul será ratificado.
Entretanto, os esforços do Brasil para ampliar laços comerciais vêm em um momento em que a guerra comercial entre EUA e China traz nervosismo à economia global, desencadeando temores de recessões generalizadas.
Em julho, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que buscará um acordo comercial com o Brasil, sugerindo que uma relação amigável com Bolsonaro poderia ajudar a reduzir as barreiras de comércio entre os dois países.