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BRF define nova estratégia para marcas e aumenta mix de Perdigão

Sadia, que está patrocinando equipes esportivas, prega o estilo de vida saudável; enquanto Perdigão aposta na família.

Cinco meses depois de o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a fusão entre Sadia e Perdigão, que deu origem à BRF Brasil Foods em 2009, a empresa toma as primeiras iniciativas para garantir diferencial entre as suas duas principais marcas. “Até hoje, esse diferencial esteve basicamente no preço”, diz José Cabral, vice-presidente de mercado interno da BRF. “Na maioria dos produtos, Sadia é entre 5% e 10% mais cara que a Perdigão”, diz.

A nova proposta da marca Sadia é incentivar um estilo de vida saudável. Não apenas práticas esportivas, mas atividades que integrem corpo, mente e espírito. Nesse sentido, a marca fechou recentemente patrocínio à Confederação Brasileira de Judô e à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. “Esse apoio faz parte do novo posicionamento da marca que começa a ser construído”, diz Cabral. No passado, a Sadia já apoiou instituições como o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mas em ações pontuais.

A conta da Sadia está com DPZ e DM9. A Y&R responde por Perdigão, que procura reforçar o conceito “família e amigos”. “A Sadia foi construída sobre a ideia da comida como conexão social e a Perdigão vem cada vez mais nessa linha”, diz Cabral. A proposta de uma marca mais acessível continua, mas a Perdigão surge renovada, procurando se aproximar do público jovem. Em agosto, lançou um concurso só na internet, premiando consumidores com uma viagem a Los Angeles, com acompanhante, para visitar os estúdios da 20th Century Fox, responsável pelo filme Rio.

Nos próximos anos, boa parte do portfólio da Perdigão será restrito por determinação do Cade. “A partir da venda de alguns dos nossos ativos [que estão sendo negociados com a Marfrig], a Perdigão terá que sair por um período de três a cinco anos de mercados como presunto, lombo, linguiça paio, salame, lasanhas e pizzas”, diz. E não há risco de esvaziamento da marca? “De jeito nenhum, vamos mantê-la ativa, acelerando os lançamentos em categorias onde não existe restrição”. Um exemplo foi a entrada em lanches prontos, no mês passado, com o Sanduba. Até agora, só a Sadia disputava a categoria, com o Hot Pocket.

A produção do cream cheese Philadelphia, pela joint venture entre a BRF e a Kraft, dona mundial da marca, está em análise, diz Cabral. “A associação foi fechada na época da Sadia [2008], que não tinha produção em lácteos”, diz Cabral. “Mas hoje a BRF é dona também da Batavo e da Elegê, já atuamos no segmento”. Este mês, a BRF dá início à distribuição nacional do queijo Sadia, cujo projeto piloto foi lançado em julho em São Paulo. “Queremos que Sadia se torne referência em mussarela e queijo prato, como já é em presunto, mercado no qual somos líderes”.