A BRF assegurou nesta quarta-feira (19/12) possuir os recursos necessários para pagar as dívidas que vencem no primeiro semestre do próximo ano, sem a necessidade de utilizar o caixa de R$ 6,5 bilhões que a companhia possui atualmente. A informação foi passada pelo vice-presidente executivo da empresa de alimentos, Lorival Luz, durante teleconferência com jornalistas
“Podemos considerar que estamos absolutamente tranquilos com relação ao perfil da dívida”, afirmou.
Também na quarta-feira, a BRF anunciou a venda da argentina Avex, que produz carne de frango, por US$ 50 milhões à Granja Tres Arroyos e à Fribel. Além disso, também obteve mais R$ 875 milhões por meio da antecipação de recebíveis. Para tanto, a companhia concluiu a estruturação de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FDIC), com um prazo. de vencimento de cinco anos e uma taxa de CDI mais 0,9% ao ano.
Considerando também outras iniciativas já anunciadas pela BRF, como a venda da argentina Quickfood e da fábrica de hambúrguer em Várzea Grande (MT) à Marfrig Global Foods, dona de Sadia e Perdigão, já garantiu a entrada de R$ 1,9 bilhão do total de R$ 5 bilhões que a companhia pretende obter com o plano de monetização anunciado neste ano.
O plano de monetização é a principal iniciativa da gestão Pedro Parente para reduzir o endividamento da empresa. A meta da BRF é fazer com que o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) atinja 3 vezes no fim de 2019. No fim de setembro, o índice estava acima de 6 vezes, nível considerado preocupante por analistas.
Além das iniciativas que fazem parte do plano de monetização, a BRF firmou contratos de financiamento bancário de cerca de R$ 1 bilhão, alongando as dívidas. Desse total, R$ 500 milhões são “dinheiro novo”, disse Luz. Esses recursos foram tomados junto ao BTG Pactual em linhas de crédito rural e adiantamento de exportação. Outros R$ 550 milhões diz.