A BRF teve um lucro líquido de R$ 461,6 milhões no primeiro trimestre de 2015, um aumento de 42,8% ante o mesmo período do ano passado, influenciado por melhor desempenho operacional e redução nas despesas financeiras líquidas, informou a empresa na terça-feira (28). O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado subiu 11,2% no trimestre, na comparação anual, a R$ 951,1 milhões. A margem Ebitda ficou em 13,5%, um ganho de 0,7 ponto percentual na mesma base de comparação. A receita operacional líquida da empresa se beneficiou por um preço médio em reais 13,3% mais alto e pelo resultado positivo no Brasil, Oriente Médio e África (MEA) e Ásia, nos quais o aumento dos preços médios em reais superou a redução de volumes de vendas. Houve aumento de 5,1% na receita líquida total, a R$ 7 bilhões, no primeiro trimeste. O crescimento da receita operacional líquida no Brasil foi de 5,9%, na comparação anual, a R$ 3,8 bilhões, sendo que houve aumento de 9,8% nos preços médios, superando a queda de 3,5% nos volumes.
A receita líquida na Europa caiu 12,4%, a R$ 622,1 milhões, por conta da queda da participação russa diante da crise econômica naquele país e da estratégia da BRF de diminuir exposição a este mercado.
Na região Oriente Médio/África, a receita somou R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre, crescimento de 15,1%, com destaque para o melhor desempenho na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes, onde a companhia adquiriu distribuidores. Houve ainda aumento de 23% nos preços médios em reais na região. Na Ásia, a receita cresceu 6,5%, a R$ 744,7 milhões, em razão de melhores preços médios em reais que ajudaram a superar a queda de 9,1% nos volumes.
A receita na América Latina somou R$ 393,5 milhões, queda de 6% na comparação anual, afetada por redução de 29,3% em volumes, especialmente pela ausência de embarques para a Venezuela. “Mesmo com a instabilidade de mercados importantes, como Venezuela, Rússia e Angola, a empresa segue com seu processo de expansão, em linha com o plano estratégico de acessar mercados locais, fortalecer as marcas e expandir o portfólio de produtos”, informou a empresa em comunicado.
Recentemente, a BRF anunciou a formação de duas joint ventures no exterior – uma em Cingapura, com a SFI, e outra no Reino Unido, com a Invicta Food Group. Abate em queda A BRF registrou queda no abate de aves, suínos e bovinos no primeiro trimestre do ano, na comparação anual, num resultado influenciado por menores volumes vendidos a Russia, Venezuela e Angola e pela greve dos caminhoneiros, que levou à paralização das operações em algumas plantas da companhia por alguns dias.
O abate de aves caiu 0,6%, para 407 milhões de cabeças, refletindo a estratégia de otimização de volumes, principalmente no mercado internacional. Já o abate de suínos/bovinos caiu 4,6%, influenciado ainda pela venda de plantas de abate de bovinos para a Minerva em outubro de 2014.
O volume de alimentos produzidos pela empresa totalizou 1,1 milhão de toneladas, aumento de 1,3% na comparação ano a ano. Retorno de produtos Perdigão A BRF informou em seus resultados que a partir de julho poderá voltar com algumas categorias de produtos sob a marca Perdigão, como presunto e linguiça curada, que estão suspensas desde 2012. Esse retorno de produtos Perdigão foi um dos itens que colaborou para o aumento de 8,9% das despesas operacionais da companhia no primeiro trimestre, na comparação anual, a R$ 1,19 bilhão. A dívida líquida da companhia fechou o trimestre em R$ 6,2 bilhões, 23,8% acima da registrada no fim do ano passado.
O endividamento medido pela relação dívida líquida sobre Ebitda dos últimos 12 meses está em 1,26 vez. As despesas financeiras líquidas da empresa caíram 45,3% ante o registrado no mesmo período do ano anterior, ficando em R$ 108 milhões.