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Agroindústria

BRF vai demitir 150 funcionários no PR

Em nota, a empresa informou que os ajustes na unidade já estavam previstos no planejamento anual, têm estritamente o objetivo de alinhar a unidade às demandas de abastecimento

BRF vai demitir 150 funcionários no PR

Em meio à disparada dos grãos e ao excesso de estoques, a BRF vai demitir cerca de 150 funcionários do abatedouro de aves de Francisco Beltrão, no oeste do Paraná. “As demissões estão sendo feitas gradualmente”, afirmou ao Valor a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Francisco Beltrão e Região, Leonete do Santos.

Segundo a dirigente, que conversou com a BRF, o estoque de produtos foi apontado como razão para os cortes. Ela ponderou que o número de desligados seria maior não fosse o ajuste operacional adotado na planta. Na prática, a BRF encerrou o terceiro turno de abate de frango, mas abriu um novo turno para o abate de matrizes.

“Eles tinham só um turno de galinhas matrizes, e agora vão abrir o segundo. Até por isso não vai ter um número mais expressivo”, afirmou. Ao todo, o abatedouro de Francisco Beltrão emprega 2,4 mil pessoas, de acordo com a dirigente sindical.

Procurada, a BRF não deu detalhes sobre o total de demissões. Em nota, a empresa informou que os ajustes na unidade “já estavam previstos no planejamento anual, têm estritamente o objetivo de alinhar a unidade às demandas de abastecimento e foram realizados de forma a reduzir o impacto entre os colaboradores, com acompanhamento pelo sindicato”.

Ao reduzir os abates de frangos em Francisco Beltrão – ainda que marginalmente, considerando o porte da BRF -, a dona da Sadia dá um sinal de que o ajuste de produção está mesmo em curso no Brasil, como uma medida para amenizar os elevados custos com ração. Em recente entrevista ao Valor, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, já havia dito que as indústrias reduziriam os abates, a partir do menor alojamento ou do descarte de matrizes.

Em fevereiro, o presidente da cooperativa catarinense Aurora, Neivor Canton, também havia comentado sobre a rentabilidade negativa da produção de frangos, o que o levaria a reduzir os alojamentos de pintinhos. A expectativa do mercado avícola é que toda a agroindústria, incluindo a Seara, faça algum ajuste, ainda que mais discreto.