O México anunciou que vai importar 300 mil toneladas de carne de aves e outro grande volume de ovos férteis do Brasil, ainda este ano. A expectativa da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) é que Goiás seja responsável por 50% dessas exportações, ou cerca de 150 mil toneladas de carne de aves. Como a importação será feita em caráter emergencial, será livre de impostos.
Nesta terça-feira (30), a Agrodefesa recebeu o comunicado do Ministério da Agricultura, junto com uma cópia da carta do serviço de defesa mexicano, autorizando o Brasil a exportar carne de frango e ovos férteis para aquele País. O presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira, lembra que uma missão mexicana já havia visitado as instalações da BRFoods, em Rio Verde, neste mês.
Segundo ele, os integrantes verificaram a forma de certificação das granjas do Estado por parte da Agrodefesa. “É o mesmo sistema pelo qual credenciamos as granjas de suínos para exportação de 185 mil toneladas de carne para a China”, explicou.
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Emergencial
O México consome cerca de 700 mil toneladas de carnes de aves por ano e o governo daquele país autorizou a importação em caráter emergencial depois que teve problemas com a gripe aviária. Antenor Nogueira prevê que Goiás responda por 50% das exportações de carnes de aves para o México por causa da qualidade de suas granjas e de seu serviço de defesa agropecuária.
Considerando que o preço médio por tonelada de carnes de aves exportadas entre janeiro e junho deste ano ficou em US$ 2,1 mil, essas vendas representariam uma receita adicional de US$ 300 milhões às exportações goianas. “Fora os ovos férteis, que neste momento é impossível mensurar a quantidade.”
Com os ovos, o objetivo dos mexicanos é recompor o plantel eliminado em virtude da gripe aviária. O presidente da Agrodefesa informa que Goiás tem 150 granjas certificadas. Para ele, essa é uma grande conquista para os produtos goianos e o governo do Estado. As vendas devem começar imediatamente.
Apesar da exportação ser em caráter emergencial, com isenção de impostos, ele acredita que o fornecimento poderá continuar posteriormente, mesmo sob taxação. “É um mercado muito grande que abrimos”, destaca Antenor Nogueira. Para ele, os produtores integrados podem ser beneficiados com uma agregação de valor.
Mercados
O presidente da Associação Goiana de Avicultura (Aga), Uacir Bernardes, lembra que o Brasil vem trabalhando há algum tempo para abrir mercados como o mexicano e o americano. “Ainda não temos muitos detalhes mas, de imediato, a notícia é excelente, pois o volume anunciado é muito significativo, sem falar nos ovos férteis”, afirmou Uacir.
Para ele, o Brasil tem todas as condições de fornecer o volume demandado pelos mexicanos por ter um bom padrão sanitário e um sistema produtivo moderno e eficiente. Mesmo com todas as deficiências logísticas, Uacir aposta que Goiás também tenha todas as condições de fornecer as 150 mil toneladas previstas pela Agrodefesa.
Atualmente, além da BRFoods, a Super Frango e a Nutriza também são exportadores. Goiás é o quinto Estado exportador de frangos do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, e o sexto maior produtor. Hoje, são 2,3 mil produtores goianos de frango, num sistema de produção verticalizada, através da parceria com as indústrias.
