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Carbono Zero

Bunge não atinge completamente critérios de neutralização de carbono, diz iniciativa

Empresa afirma que tem estratégia nesse sentido e que está no caminho certo

Bunge não atinge completamente critérios de neutralização de carbono, diz iniciativa

A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, não atendeu totalmente nenhum dos critérios de neutralização de carbono avaliados pela Climate Action 100+, uma iniciativa de investidores para pressionar as corporações a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa. A iniciativa divulgou na terça-feira um amplo relatório com a avaliação de vários grupos globais de diversos setores.

A companhia — a única de agronegócios a ser avaliada pela iniciativa — ainda não assumiu compromissos para neutralizar as emissões de carbono até 2050 ou antes disso. A única meta apresentada pela Bunge até agora foi a de reduzir suas emissões entre 2026 e 2035 dentro de um escopo definido. Porém, não foram divulgadas metas de curto prazo (até 2025) ou de mais longo prazo (de 2036 a 2050).

A Bunge também não apresentou nenhuma estratégia de descarbonização — ou seja, não apresentou ações que poderá adotar para reduzir suas emissões nem apresentou medidas que quantifiquem os elementos chave de uma estratégia nesse sentido. A Climate Action 100+ não avaliou se a Bunge tem alguma estratégia para gerar “receitas verdes” produtos ou serviços de baixo carbono.

Ainda segundo a iniciativa, a Bunge não possui nenhuma iniciativa alinhada com a defesa do Acordo de Paris nem apresentou, até agora, nenhuma expectativa de alinhamento com o acordo para as associações que integra.

Quanto à governança climática, a Climate Action 100+ avaliou que a Bunge atende parcialmente os critérios avaliados. Entre eles, a companhia destaca que conta com diretores de alto escalão dedicados à questão das mudanças climáticas, atribui ao CEO a responsabilidade pela situação e cricou um comitê específico para o tema.

Por outro lado, a múlti não possui nenhum nome no conselho de administração destacado para o assunto e a remuneração de seu CEO e de outros executivos não incorpora metas de desempenho ambientais.

A iniciativa avaliou, ainda, que a empresa americana não se comprometeu a implementar recomendações da força-tarefa de divulgações financeiras relacionadas com o clima (TCFD, na sigla em inglês), nem adotou um planejamento de cenários climáticos para testar sua resiliência estratégica e operacional.

Procurada, a Bunge, afirmou que desde 2008 estabeleceu metas para reduzir sua pegada de emissões de gases de efeito estufa da empresa. “Excedemos essas metas e, em 2016, definimos uma meta de dez anos para mais reduções de 10%, que estamos no caminho certo para atingir.

Desenvolvemos um processo robusto para integrar riscos e oportunidades relacionados ao clima em nossa estratégia e operações, identificamos com sucesso novas fontes de energia limpa para nossas fábricas e estamos crescendo em novos mercados importantes para produtos de menor intensidade de carbono. Essas ações nos permitem ajudar a cumprir os compromissos globais para um sistema alimentar mais sustentável e resiliente”