A diferença de rendimentos entre as notas da JBS que pagam juros de 11,6% com vencimento em 2014 e os papéis da Tyson com cupom de 10,5% com vencimento no mesmo ano se reduziu para 183 pontos-base, ou 1,83 ponto percentual, esta semana.
É a menor diferença desde 20 de janeiro. Essa diferença pode cair para 100 pontos-base nos próximos seis a 12 meses, disse Eric Ollom, estrategista-chefe para mercados emergentes da Jefferies & Co., em Nova York.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ofereceu cerca de US$ 2 bilhões em crédito à JBS este ano, ajudando a expansão da empresa. Os recursos do BNDES permitiram as aquisições da Pilgrim’s Pride e da Bertin.
Com 14 aquisições realizadas nos últimos quatro anos com a ajuda do BNDES, a empresa teve lucro de R$ 99,4 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 322,7 milhões no mesmo período de 2009.
“O apoio que a JBS tem do BNDES é o melhor no Brasil, e melhora muito o crédito,” disse Vinicius Pasquarelli, corretor da Tradition Asiel Securities em Nova York. O rendimento dos US$ 700 milhões em bônus da JBS com vencimento em 2014 despencou 86 pontos-base este mês para 7,19%, o mais baixo desde maio de 2010. O rendimento dos US$ 810 milhões em notas da Tyson caiu 34 pontos-base desde o fim de junho.
Elevação da nota de crédito
Na última quarta-feira (21), a Fitch Ratings elevou a nota de crédito da JBS de B+ para BB-, três níveis abaixo do grau de investimento.
Na semana passada, a Standard & Poor’s subiu a nota da empresa em dois níveis para BB, igualando a classificação à da Tyson. A participação de 64% da JBS na Pilgrim’s Pride, processadora de frango e de alimentos industrializados em 12 Estados americanos, e a compra da paulistana Bertin vão elevar o fluxo de caixa, disse a S&P em comunicado.
“O diferencial deveria ser bem menor do que o spread de mercado,” disse Ollom.
O JBS pretende levantar US$ 400 milhões com oferta de bônus que vencem em 2018, de acordo com a Fitch. A empresa pode pagar rendimento de 8,6% nessa emissão, segundo fonte que pediu para não ser identificada.
Um porta-voz do BNDES não quis se pronunciar sobre o assunto. Gary Mickelson, assessor de imprensa da Tyson em Springfield, tampouco quis comentar a matéria. Vanessa Esteves, assessora da JBS em São Paulo, disse que não comentaria a venda de bônus.