Os novos surtos de peste suína africana, registrados em 25 países e o primeiro caso recém-identificado nas Américas, no fim de julho deste ano, reacendem a preocupação mundial com uma das doenças mais graves e fatais para a suinocultura. O vírus, inofensivo para os humanos, é altamente transmissível, apresentando taxas de mortalidade de suínos de 100%, em 10 dias. Por não existir tratamentos para a doença, os produtores precisam redobrar os cuidados de com a prevenção, dando especial atenção aos princípios da biosseguridade.
De 2018 a 2020, a epidemia comprometeu seriamente o rebanho chinês, quando uma parte significativa dos 450 milhões de suínos foi sacrificada para conter a disseminação da doença, reduzindo a produção chinesa e comprometendo o abastecimento de carne suína naquele mercado.
No Brasil, o Governo Federal vem reforçando recomendações de vigilância em portos e aeroportos, em relação aos produtos que representem risco de contaminação para o rebanho nacional. Além de ressaltar práticas de manejo integrado, como respeito ao vazio sanitário e às medidas de biosseguridade nas granjas, a adoção de nutrição de qualidade vem sendo amplamente defendida como um dos pilares importantes para diminuir os riscos de contaminação.
Para o Dr. Mario Penz, Diretor Global de Contas Estratégicas da Cargill Nutrição Animal, a expectativa referente ao desenvolvimento de uma vacina é altamente esperada. Entretanto, há um conjunto de outras medidas que devem ser imediatamente consideradas, para apoiar os produtores. “Ressaltamos a importância de redobrar os cuidados e apoiamos os produtores no desafio de bem nutrir os animais, pois sabemos que estratégias nutricionais adequadas, que estimulam o sistema imune, podem fazer a diferença frente às doenças”, explica Penz.
Preparar o sistema imune, em vista a um possível desafio sanitário, por meio de nutrição de qualidade, sempre será uma alternativa tecnicamente correta. Diante da peste suína africana, a Cargill, através de suas equipes técnicas global e locais, agiu antecipadamente, não esperando a patologia ser constatada para atender seus clientes. “Estamos aqui para contribuir com nossos conhecimentos em nutrição, a fim de que os efeitos da patologia sejam minimizados. Por isso, investimos em tecnologia de qualidade para oferecer soluções que contribuam para o melhor funcionamento do organismo, o fortalecimento da imunidade dos animais e, consequentemente, o aumento da qualidade de vida dos suínos”, completa Penz.
A Cargill, junto aos suinocultores, colabora no monitoramento da evolução da doença e compartilha orientações científicas com o intuito de minimizar os riscos. Por conta da alta transmissibilidade da doença e dos humanos serem um dos principais catalizadores dela, a Cargill não tem intermediado intercâmbios entre produtores nem incentivado viagens técnicas internacionais, inclusive diminuindo consideravelmente as visitas presenciais de seus técnicos aos clientes, em regiões que estão afetadas pelo vírus. Todas essas medidas são praticadas com base nos princípios de biosseguridade, que determinam a adoção de protocolos rígidos que reforçam, entre tantos procedimentos, a implantação de cercas de contenção de animais externos às criações, de controle de pragas, além de recomendar que novas criações sejam implementadas em áreas isoladas, para reduzir a possibilidade de contágio de qualquer doença.
A companhia, que conta com alguns dos profissionais mais gabaritados do mercado, também criou uma estrutura internacional dedicada à peste suína africana, com grupos focados no estudo da doença e da sua evolução, levando informações técnicas e científicas aos clientes e contribuindo para um discurso unificado e coeso sobre o tema.
A peste suína em números:
- Entre janeiro de 2018 e abril de 2021, houve a redução de 33% no total de matrizes suínas na China, o que significou 14 milhões de fêmeas a menos e de 52% no rebanho total de suínos (Fonte: Agência Boyar).
- Na América do Sul, a suinocultura tem um papel fundamental no desempenho do agronegócio. Na Argentina, no 1º semestre de 2021, a produção de carne de suínos aumentou 8,5%, atingindo 344 mil toneladas e o abate aumentou 8,6% em relação ao ano anterior, com 3,7 milhões de suínos abatidos (Fonte: Consultoria Setorial de Investigações Econômicas – IES).
- No Brasil, no 1º trimestre deste ano, foram abatidos mais de 12,6 milhões de suínos, com aumento de 5,7% em relação ao mesmo período de 2020. Esse foi o melhor primeiro trimestre desde 1997 (Fonte: Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia).