A Cargill terá entre US$ 500 milhões e US$ 550 milhões disponíveis para operações de financiamento aos produtores na safra 2009/10. O montante é maior que os US$ 400 milhões da safra 2008/09, segundo o diretor do complexo soja da companhia no Brasil, José Luiz Glaser. Caso seja totalmente desembolsado, o volume de recursos será mais que o dobro das operações de crédito aos agricultores realizada no ciclo 2007/08, quando as operações de empréstimo somaram US$ 250 milhões. “Mas ainda não sabemos se vai ser tudo utilizado. Vai depender da demanda”, afirma o diretor.
A estratégia para os desembolsos será diferente da adotada na safra 2008/09. Na próxima temporada, que começará oficialmente em julho, a empresa pretende aumentar o número de agricultores atendidos – embora tenha relacionamento com cerca de 15 mil produtores, as operações de crédito costumam ser feitas com um contingente que fica entre 1,5 mil e 2 mil produtores. “Na safra passada, como o preço dos insumos estava muito alto, preferimos trabalhar com os mesmos produtores com os quais trabalhamos nos últimos três, cinco anos, mas oferecendo mais recursos para cada um”, afirma o diretor.
Na próxima safra, a Cargill já terá em funcionamento sua unidade de processamento de soja localizada em Primavera do Leste (MT). A planta, que levou 15 meses para ser concluída, será inaugurada hoje. Ela consumiu R$ 210 milhões e é o segundo maior investimento da empresa no Brasil em pelo menos dez anos. O maior da década, realizado em 2004, foi a compra da Seara, na qual foram aplicados US$ 130 milhões, em valores da época.
A unidade mato-grossense já nasce com capacidade de processamento de 3 mil toneladas de soja por dia. O cronograma original previa início de atividades com 2 mil toneladas e elevação para 3 mil apenas em 2010. Todo o óleo produzido na unidade será voltado ao mercado interno. Do farelo, cerca de 50% deverá ser exportado.
Como a planta já nasce com a capacidade prevista apenas para 2010, estará em análise a possibilidade para uma futura ampliação. Por outro lado, com o aumento da capacidade de produção de óleo refinado, que também será feito em Primavera do Leste, não se descarta o fechamento de uma das unidades de refino. A produção de óleo refinado ocorre em Rio Verde (GO), Uberlândia (MG), Mairinque (SP) e Barreiras (BA).