As vendas de carne suína do Brasil alcançaram volume recorde em 2019, é o que mostra os números divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram embarcadas 750,3 mil toneladas ao longo dos 12 meses do ano passado. O saldo é 16,2% superior ao registrado em 2018, quando foram embarcadas 646 mil toneladas.
Apenas em dezembro, foram embarcadas 76 mil toneladas, volume 35,1% maior em relação ao mesmo período de 2018, com 56,2 mil toneladas. É o maior embarque mensal já registrado na história do setor.
Em receita, o saldo das vendas alcançou US$ 1,597 bilhão, número 31,9% maior que o resultado de 2018, com US$ 1,2 bilhão. Em dezembro, as vendas chegaram a US$ 183,6 milhões – maior saldo mensal já alcançado pelo setor.
As vendas para a Ásia – região fortemente impactada por focos de Peste Suína Africana (PSA) – foram o grande impulso das exportações de 2019. A China, que assumiu o primeiro lugar nas importações já no primeiro mês do ano passado, importou 248,80 mil toneladas, volume 61% superior ao total embarcado em 2018.
Também impactado pela PSA, o Vietnã aumentou suas importações em 82,6%, com total de 13,54 mil toneladas em 2019.
“A crise sanitária na Ásia reconfigurou o comércio internacional de proteína animal. A China, que foi a maior afetada, ampliou sua capacidade de importação de carne suína brasileira com a habilitação de novas plantas em novembro de 2019. Este é um dos fatores que devem favorecer o aumento das vendas brasileiras em 2020, já que os indicadores de instituições como o Rabobank demonstram que este quadro deve perdurar no mínimo ao longo do ano”, analisa Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA.
Na América do Sul, o Uruguai foi o principal destino, com 40,48 mil toneladas importadas, volume 12,8% maior em relação ao saldo de 2018. Também o Chile se destacou, com importação de 44,54 mil toneladas (+28,9%). No Leste Europeu, a Rússia importou 35,28 mil toneladas