A carne suína da Sadia à disposição dos consumidores brasileiros tem qualidade e não possui nenhum tipo de problema com relação à salmonela, segundo o vice-presidente de assuntos corporativos da empresa Wilson Mello. Ele se referiu à decisão da Rússia, que, ontem, anunciou a suspensão da compra da carne suína produzida pela unidade da Sadia no bairro São José, em Uberlândia. O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Federação Russa teria identificado substâncias nocivas na carne exportada.
“O produto que é exportado é um produto diferente do que é colocado no mercado interno. Esse produto passa por um processo de industrialização que é uma garantia adicional de qualidade. Além disso, ele é certificado pelo Ministério da Agricultura. O consumidor pode ficar tranquilo com relação a isso”, disse Wilson Mello. Ainda de acordo com ele, a empresa não foi notificada oficialmente. “Quando recebermos isso, vamos apresentar todas as justificativas e a nossa defesa. Já recebemos solicitações como essa e sempre comprovamos que nós estávamos certos”, afirmou.+
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, o órgão ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão do governo russo. A Associação dos Granjeiros Integrados do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que reúne criadores de suínos para a empresa Sadia, informou não saber nada sobre o assunto.
O Brasil é atualmente o maior fornecedor de carne suína para a Rússia. Até outubro foram exportadas para aquele mercado 206,6 mil toneladas, com receita de US$ 565,13 milhões.
Rússia reduz cota de carne do Brasil
Segundo Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos da Sadia, a decisão da Rússia de reduzir a cota de importação de carne suína é uma tentativa de proteger de diversas maneiras a produção local daquele país. “Ao vetar uma fábrica ou uma empresa com justificativas por riscos de doença, o país está usando de questões comerciais. Mas, na verdade, é um protecionismo que tem sido condenado pelo mercado internacional”, disse.
Em meio à suspensão dos negócios com a Sadia, a Rússia anunciou ontem redução, pela metade, da compra da carne suína brasileira em 2011. O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, afirmou não estar surpreso com a decisão. “O país já estava negociando isso para sua entrada na Organização Mundial de Comércio. Essa redução seria paulatina até 2020. Contudo, se a redução da cota para 250 mil toneladas ao ano ocorrer já em 2011 seria altamente prejudicial para o Brasil”, afirmou.