O Sistema FAEP/SENAR-PR lançou uma cartilha em que expõe os riscos causados por javalis em diversos âmbitos e que acabam por implicar em prejuízos econômicos, ambientais e sanitários. Disponibilizado gratuitamente no site da entidade (www.sistemafaep.org.br), o material tem caráter orientativo e contempla desde o histórico do animal selvagem no Brasil até as normas para o controle populacional por meio da caça. A elaboração atende demandas surgidas em reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da FAEP.
CARTILHA: baixe o material completo clicando aqui.
Conforme o mapeamento mais recente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os javalis estão presentes em pelo menos 88 municípios do Paraná. No ano passado, o Boletim Informativo trouxe uma matéria especial, com relato de produtores rurais que contaram de prejuízos causados pelos javalis, que devastaram lavouras e atacaram rebanhos. Ainda, o javali representa uma ameaça ao status sanitário por ser transmissor de doenças virais como Peste Suína Africana (PSA) e Peste Suína Clássica (PSC).
“Além de expor riscos, a cartilha traz uma série de orientações aos produtores e ao público em geral e que dimensiona essa questão dos javalis, animais que trazem prejuízos à economia paranaense, além de oferecer riscos diretos às pessoas”, diz a técnica do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR Nicolle Wilsek.
Ao longo da cartilha, o produtor rural vai aprender a diferenciar os javalis e os javaporcos (cruzamento de porcos domésticos com javalis), ambos animais exóticos, de catetos e queixadas, que são nativos. O material também lista todas as legislações relacionadas ao controle desses animais – única espécie cuja caça é permitida, desde que seguindo a requisitos estabelecidos em lei e com autorização do Ibama, órgão responsável pelas políticas de controle.
“Quando falamos de programas de controle de javalis em escala continental, como a brasileira, devemos olhar para experiências similares ao redor do mundo. A caça de controle é recomendada em todos os países afetados pelo animal”, consta do texto.
Histórico
A cartilha também faz um resgate do histórico da presença do javali na América do Sul. Introduzido no continente pela Argentina e Uruguai ao longo do século XX para fins de criação, os animais foram trazidos ao Brasil. No Paraná, os bichos começaram a ser criados no município de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Posteriormente, na década de 1960, os javalis e javaporcos foram levados a Palmeira, nos Campos Gerais, de onde fugiram e/ou foram soltos, dando origem à superpopulação que, hoje, está disseminada pelo Estado.
Os javalis são da família Suidade, com características físicas que variam por região por causa dos inúmeros tipos de cruzamentos. Em geral, os machos pesam entre 50 e 250 quilos e medem entre 1,40 e 1,80 metro, embora tenham havido registros de espécimes em dimensões ainda maiores.
O material foi publicado com colaboração do Mapa, Ibama, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Instituto Água e Terra do Paraná, Associação Paranaense de Suinocultores, Sistema Ocepar e Exército Brasileiro.