A Pamplona Alimentos, de Santa Catarina, ampliou seu faturamento em 40% em 2020, para R$ 1,9 bilhão, e promete investir cerca de R$ 600 milhões até 2024 para ampliar a produção e aproveitar as boas perspectivas para a carne suína no país.
O cenário positivo é resultado sobretudo da demanda aquecida da China pelo produto brasileiro. No ano passado, o avanço já foi puxado pelas exportações, que, com destaque para a participação do país asiático, cresceram 65%. A ampliação de portfólio no Brasil também colaborou para o salto das vendas e para a alta de 335% do lucro líquido da empresa, que foi de R$ 298 milhões.
Segundo Irani Pamplona Peters, presidente da companhia catarinense – fundada em Rio do Sul como um açougue no fim dos anos 40 -, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) chegou a R$ 369,5 milhões, com margem de 21,2% – no ano anterior, os ganhos haviam chegado a R$ 145,8 milhões e a margem, a 11,9%. “É um resultado excepcional não só para a Pamplona, mas para o mercado em que atuamos, no qual historicamente esse indicador é de 10% a 12%”.
O segmento ao qual a executiva se refere é o de abate e comercialização de suínos para food service, varejo e lojas próprias no mercado interno e de cortes para exportação. A empresa tem ainda no portfólio suínos processados, queijos e cortes bovinos temperados.
Segundo ela, outro diferencial para os resultados de 2020 foi o lançamento de novos produtos porcionados e fatiados. Foram lançados itens como a linguiça toscana 400g, linguiça tipo calabresa fatiada 500g e lombo canadense fatiado 500g. As novidades, afirma a presidente, “validaram a tática de oferecer produtos práticos para o cliente final como ação importante para aumentar a participação nos mercados, sobretudo no contexto da pandemia”.
A empresa também ratificou seus avanços no quesito bem-estar animal, com 77% da produção adaptada, e bateu seu recorde na produção de suínos próprios, elevando o ativo biológico em R$ 54,4 milhões.
Os investimentos no plano de expansão incluem o desenvolvimento de novas linhas genéticas, ampliação das unidades experimentais e da capacidade de estocagem de grãos. “Estamos trabalhando em diferentes frentes, que visam à modernização e ao crescimento da nossa marca, além de garantir um aumento cada vez maior dos padrões de qualidade pelos quais nossos produtos já são reconhecidos”.
Os desembolsos serão concentrados em dois projetos. O primeiro é a duplicação do abate e da desossa na unidade de Presidente Getúlio (SC), para mais 2.640 suínos por dia. O incremento vai atender às demandas internacionais, explica Irani, e suprir a necessidade de matéria-prima para os produtos processados.
Serão R$ 320 milhões investidos em tecnologias baseadas no conceito de indústria 4.0, como a paletização e a câmara de estocagem operadas por robôs, além de sistemas automatizados de produção. Outros R$ 125 milhões deverão ser aplicados em ativo biológico e capital de giro, totalizando cerca de R$ 445 milhões.
Os demais R$ 155 milhões serão investidos na unidade de Rio do Sul para expandir a produção de processados, incluindo as linhas de temperados, linguiças frescal e cozidas, fatiados e defumados. O investimento vai adicionar 16,5 mil toneladas de produtos industrializados por ano, de acordo com a companhia.