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Chapecó quer vender passivos para multis

Analistas de mercado estão levantando a suspeita de que os obstáculos criados pela Chapecó para a concretização do arrendamento da empresa fazem parte de uma manobra para afastar os grupos brasileiros do negócio.

Da Redação 26/03/2003 – Analistas de mercado que acompanham as movimentações societárias no setor avícola estão levantando a suspeita de que os obstáculos criados pela Chapecó Alimentos para a concretização do arrendamento da empresa – que vive período de sérias dificuldades financeiras – pela Globoaves/Sadia fazem parte de uma manobra para afastar os grupos brasileiros do negócio.

A articulação nos bastidores teria como finalidade beneficiar empresas multinacionais também interessadas em assumir o controle da indústria e abatedouro de aves. Caso venha a ser confirmada a suspeita, o fato estaria ocorrendo “sob as barbas” do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), maior credor da Chapecó. Esta empresa tem uma dívida de cerca de R$ 200 milhões com o banco.

Em reportagem publicada na terça-feira (26) pela GAZETA DO PARANÁ, o empresário Roberto Kaeffer, presidente da Globoaves, desqualificou a proposta da Chapecó. A empresa está impondo as seguintes condições para fechar o negócio: o interessado deve arrendar o conglomerado sem fracionamento, assumir os passivos fiscais e trabalhistas, e comprar o estoque à vista. Além disso, a diretoria da empresa deu um prazo exíguo para a resposta (seria até ontem).

O interesse dos empresários brasileiros é fracionar o arrendamento das unidades da Chapecó em pelo menos três partes. A Globoaves tem interesse no abatedouro  localizado em Cascavel (PR), no Oeste do Estado (a marca do produto mudaria para Sadia). Outros grupos nacionais têm interesse nas unidades da empresa em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Esses grupos alegam que a partição da empresa catarinense traria mais benefícios e empregos para cada região.

Fontes que preferem não se identificar acreditam que as exigências da Chapecó visam facilitar os interesses de grupos  multinacionais. O negócio seria realizado em condições até menos favoráveis para o BNDES. Uma dessas empresas de capital estrangeiro seria a Treysus, representada no Brasil pelo grupo Coimbra.