A unidade da BRF S.A. de Dourados (MS/SIF 18) teve suspensa a exportação para a China, de acordo com comunicado do Departamento de Alfândegas da China (GAAC, na sigla em inglês) – órgão do governo chinês responsável pela habilitação de estabelecimentos exportadores e que também realiza o controle de mercadorias na aduana. O comunicado, divulgado hoje, informa a suspensão das importações de produtos de aves da planta desde 23 de julho. Em nota, a companhia afirma que não foi notificada oficialmente sobre a suspensão da habilitação para exportações de proteína de frango de sua unidade.
O documento não informa o nome da empresa, mas sim seu número de registros no Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura. O Gaac também não especifica o motivo do veto. A necessidade de aumentar o controle sanitário em decorrência da covid-19 é o motivo alegado extra-oficialmente pelo governo chinês para a suspensão temporária de frigoríficos de vários países, em meio ao aumento de casos da doença nos abatedouros.
Além desta fábrica da BRF S.A, oficialmente, outros cinco frigoríficos brasileiros continuam com vendas suspensas para a China. As unidades da JBS em Três Passos (RS), da BRF S/A em Lajeado (RS), da Marfrig em Várzea Grande (MT) e a da Minuano em Lajeado (RS) foram vetadas pela China, enquanto a planta da JBS em Passo Fundo (RS) teve comercialização suspensa preventivamente pelo Ministério da Agricultura. Há dez dias, o departamento liberou a retomada das exportações de carne bovina da Agra Agroindustrial de Alimentos S/A, de Rondonópolis (MT/SIF 3941) para lotes embarcados desde 17 de julho.
No comunicado, o Gaac também informou que três empresas uruguaias de carnes suspenderam voluntariamente as exportações para o país. Na mesma data, a agência autorizou a retomada das exportações de duas plantas de carne bovina e carne de aves da Argentina.
Posicionamento da BRF
A BRF, por meio de nota, informa que não foi notificada oficialmente sobre a suspensão da habilitação para exportações de proteína de frango de sua unidade de Dourados (MS), mas tomou conhecimento do fato através de publicação no site da Administração Geral das Alfândegas da China – GACC. A empresa ressalta que desconhece o motivo desta decisão e que já está atuando junto às autoridades brasileiras e chinesas, incluindo o Ministério da Agricultura – MAPA, o Ministério de Relações Exteriores – MRE, a Embaixada da República Popular da China no Brasil e o próprio GACC, para reversão da suspensão no menor prazo possível e tomando todas as medidas cabíveis para restabelecer tal habilitação.
Vale salientar ainda que os órgãos chineses já realizaram testes para identificar Covid-19 em 227,9 mil amostras de alimentos de forma aleatória procedentes de diversos países e das mais variadas empresas e nada foi constatado até o momento.
Adicionalmente, a Companhia esclarece que, desde o início do surto de Covid-19 no mundo, adotou protocolos de saúde e segurança e planos de contingência em todas as suas unidades fabris no Brasil e no exterior. Cabe ressaltar ainda que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, a transmissão da Covid-19 ocorre pelo contato próximo com pessoas infectadas e não há evidências de transmissão da doença através de alimentos ou suas embalagens.
Além disso, os protocolos de qualidade da empresa se baseiam nos cinco pilares de segurança alimentar definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), do campo à mesa. Mesmo neste cenário desafiador em que a Covid-19 atingiu diversos países do mundo, a BRF segue respondendo às novas necessidades globais, elevando os patamares de segurança e qualidade em todas as suas operações – princípios fundamentais e inegociáveis para a Companhia.