A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateu nesta terça (21), no Seminário de Cooperação Econômica Brasil – Coreia do Sul, em São Paulo, as oportunidades de comércio a partir de um acordo de livre comércio entre Mercosul e o país asiático, que podem gerar um incremento de US$ 12,5 bilhões na balança comercial em exportações para o agro brasileiro.
Segundo a coordenadora de Relações Internacionais da CNA, Camila Sande, as negociações entre o bloco da América do Sul e os coreanos têm boas chances de serem concluídas em 2020. “É preciso que agora se aumente a cooperação entre as forças produtivas. A Coreia teve uma corrente de comércio de US$ 1 trilhão no ano passado. O Brasil precisa estar mais presente nessas trocas”, ressaltou.
Ela explicou que a Coreia do Sul tem 16 acordos de livre comércio com 57 países e acrescentou que o país asiático quer incentivar o maior acesso do Brasil às cadeias de valores globais. No entanto, ressaltou Sande, há desafios para o Brasil obter ganhos reais com o acordo, como as questões regulatórias, que precisam ser mais harmônicas entre as duas partes, além de questões tarifárias.
“Uma boa notícia é que haverá um grupo de trabalho paralelo em temas regulatórios ao longo das negociações. O Brasil pode ganhar muito com a Coreia nas exportações de proteínas animais, cereais e lácteos. As reduções tarifárias, entretanto, precisam vir alinhadas com a negociação de acordos sanitários e fitossanitários. O Brasil precisa correr atrás do prejuízo, pois a Coreia do Sul já tem acordos com os principais concorrentes do Agro brasileiro”, alertou a coordenadora.
João Rossi, coordenador- geral de Negociações Extrarregionais do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério da Economia, enfatizou que a aceleração das negociações comerciais com a Coreia do Sul é um dos pilares da política de abertura comercial do novo governo. A próxima rodada de negociações será em julho de 2019 e as expectativas são de avanços significativos.