Com o intuito de reduzir o déficit de armazenagem e agilizar o recebimento de produtos agrícolas, a paranaense Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, aprovou ontem um programa que prevê investir R$ 465 milhões nos próximos três anos na ampliação, modernização e construção de quatro novas unidades de armazenagem.
A maior parte desses recursos será investida na modernização da estrutura de recebimento de produtos agrícolas, disse o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini. “O pessoal não quer mais esperar em fila. Estamos investindo o grosso no fluxo de recebimento”, afirmou ele.
Entre os investimentos na estrutura de recebimento, citou Gallassini, estão a automação do processo de classificação dos produtos agrícolas e a ampliação da capacidade dos elevadores utilizados no descarregamento dos produtos agrícolas nos entrepostos da cooperativa.
Já na área de armazenagem, Gallassini prevê uma aumento de capacidade de quase 10%. Atualmente, a Coamo tem capacidade para armazenar 84 milhões de sacas. Com os investimentos, essa condição aumentará em mais 8 milhões de sacas. Ao todo, 67 entrepostos da Coamo, distribuídos nos Estados de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná, receberão aportes em modernização e ampliação armazenagem.
“Esse aumento é para evitarmos aluguel de armazém e remoção de produto na época em que o frete esta nas alturas”, afirma Gallassini. O executivo estima que o déficit de armazenagem da cooperativa seja de 38 milhões de sacas. “Nunca vamos ser autossuficientes em armazenagem, e nem seria econômico”, afirma.
Com os investimentos, a Coamo pretende, ainda, estender sua estrutura de armazenagem em regiões do interior dos Estados em que a cooperativa atua. É nesse contexto que os investimentos também incluem a construção de quatro unidades de armazenagem, nos municípios de Bom Jesus (SC), Ponta Porã (MS), Maracaju (MS) e Santa Maria do Oeste (PR).
Os investimentos aprovados ontem também incluem uma revisão no orçamento de um moinho de trigo que a Coamo está construindo. Orçado inicialmente em cerca de R$ 80 milhões, a obra custará agora quase R$ 100 milhões. Essa elevação se deve, sobretudo, aos custos de construção civil mais salgados do que o inicialmente planejado, segundo Gallassini. A previsão da cooperativa é inaugurar o moinho no segundo semestre de 2014. A unidade terá capacidade para processar 500 toneladas do cereal por dia.
Com a aprovação do investimento, a Coamo avaliará agora as linhas de financiamento mais atrativas. Entre elas está a linha de armazenagem do BNDES, disse Gallassini. Segundo ele, a Coamo pretende financiar até 90% do investimento aprovado. No ano passado, a cooperativa paranaense registrou uma receita líquida recorde de R$ 7,15 bilhões.