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Com Chapecó, Coinbra passa a competir no setor de aves e suínos

A Coinbra, do grupo francês Louis Dreyfus, entra na disputa pelo mercado de frangos e suínos nos mercados interno e externo após ter arrendado a empresa catarinense Chapecó Alimentos.

Da Redação 03/04/2003 – A Coinbra, do grupo francês Louis Dreyfus entra na disputa pelo mercado de frangos e suínos nos mercados interno e externo após ter arrendado a empresa catarinense Chapecó Cia. Industrial de Alimentos. Nos próximos 60 dias, serão concretizados os trabalhos de “due diligence” pela Coinbra, que terá prazo de até quatro anos para efetivar a compra do frigorífico.

Segundo Alex Fontana, presidente da Chapecó, apesar das dívidas, a situação da empresa hoje ainda é melhor do que quando o Grupo Macri, da Argentina, assumiu o controle do frigorífico, em março de 1999. Segundo alguns representantes do mercado, a dívida da Chapecó é de aproximadamente US$ 180 milhões.

O valor do negócio, segundo o executivo, ainda não foi definido, o que só ocorrerá após a conclusão dos trabalhos.

O arrendamento da Chapecó para a Coinbra, diz Fontana, significará um alento para os cerca de 1,6 mil produtores integrados e os cerca de 4,3 mil funcionários. “A Chapecó abrange uma área de 88 municípios”, afirma. O processo de arrendamento foi liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A expectativa de Fontana é de que a partir de agosto ou setembro a empresa volte a operar a plena capacidade, o que significa o abate de 500 mil frangos por dia e 5,5 mil suínos/dia, o que representa algo em torno de 10 mil toneladas de produtos industrializados/mês.

Quatro indústrias

A Chapecó tem duas unidades industriais de abate de suíno, localizadas nos municípios de Santa Rosa (RS) e Chapecó (SC), e dois frigoríficos de frango, em Xaxim (SC) e Cascavel (PR). Com o agravamento dos problemas financeiros, a partir de 2002, a empresa de aves e suínos precisou desacelerar fortemente a produção e conseqüentemente as vendas para os mercados interno e externo.

Problemas financeiros

De acordo com Alex Fontana, nos últimos três meses a participação da empresa no mercado brasileiro caiu aproximadamente 50%; as exportações neste período também recuaram pela metade.

No ano passado, as exportações da Chapecó totalizaram US$ 120 milhões, queda de 12,4% em relação aos US$ 137 milhões obtidos em 2001. Entre os meses de janeiro e agosto de 2002, no entanto, os embarques estavam em ritmo forte numa média superior a US$ 10 milhões por mês. A partir de setembro a situação passou a piorar e houve retração de suas exportações.

Segundo Alex Fontana, a expectativa é de que a partir de agosto ou setembro de 2003, quando a empresa catarinense estiver com maior capacidade, os embarques deverão oscilar entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões.

Maior diversificação

O grupo francês Louis Dreyfus já atua no exterior com trading de carnes. No mercado brasileiro, a empresa atua na industrialização, comércio e exportação de café, café solúvel, algodão, farelo e óleo de algodão, soja, óleo e farelo, gorduras de soja, açúcar, álcool, milho, trigo, suco de laranja, limão e outros derivados do processamento de frutas cítricas.

Segundo o presidente, o processo de negociação entre a Chapecó e a Coinbra vem sendo efetuado pela Fator Projetos e Assessoria Ltda. e pelo Banco ABM-Amro.