Em 2019, o Valor Bruto da Produção Pecuária no Brasil foi de R$204,4 bilhões, dos quais os ovos contribuíram com 5,4% (R$11,0 bilhões). O valor da produção de ovos vem caindo gradativamente nos últimos anos, sendo que entre 2018/19, o declínio foi de 4,0%.
O Estado de São Paulo é o segundo maior produtor de ovos do país e sua contribuição para a formação do valor bruto da produção de ovos, em 2018, foi de R$2,6 bilhões, seguido por Minas Gerais com R$1,00 bilhão. Tais estados juntamente com Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná respondem por 57,5% do valor bruto da produção brasileira de ovos.
Em São Paulo, a cadeia produtiva do ovo está muito bem consolidada, com material genético das aves aprimoradas e fortes indústrias de insumos: que produz gaiolas, sistemas de alimentação e de limpeza, galpões climatizados e automatizados, fábricas de rações, equipamentos para transporte, classificação e embalagem, com tecnologia nacional, adaptada e consolidada em um mercado extremamente exigente.
A maior concentração da avicultura de postura no Estado de São Paulo está no Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) de Tupã, onde se destaca o município de Bastos, com 673 milhões de dúzia de ovos. Existem também avicultores nos EDRs de Araçatuba e Presidente Prudente com produções de 75 e 70 milhões de dúzias, respectivamente.
Desde 2014 a produção paulista de ovos tem aumentado gradativamente, chegando a 40,8 milhões de caixas de trinta dúzias, em 2018, quantidade 8,8% acima da registrada para 20174 (Figura 1). Mas, devido à diminuição de 15,5% nos preços recebidos pelo avicultor, que passaram de R$81,68/caixa de 30 dúzias, em 2017, para R$68,99, em 2018, o valor da produção estadual registrou uma queda de 8,1% decaindo de R$3,063 bilhões para R$2,814 bilhões, no biênio.
Assim, a queda nos preços recebidos pelo produtor pela caixa de trinta dúzias, em 2018, posicionou os ovos em quinto lugar no ranking do Valor da Produção Agropecuária Paulista, em 2018, atrás dos da cana-de-açúcar, da carne bovina, da laranja para indústria e da soja. No entanto, há fortes indícios de que em 2019, o valor bruto da produção paulista de ovos se recupere. Sobre a elevação nos preços recebidos pelo produtor, a figura 2 mostra que durante a maior parte do ano 2019, os preços recebidos pelo produtor de ovos estiveram acima dos praticados em 2018, embora bem abaixo dos de 2017; verifica-se, também que a sazonal redução nos preços recebidos pelos produtores em agosto e setembro, não se efetuou em 2019, e sim, tendeu a um aumento, o que poderá levar à equiparação com os preços os recebidos pelo produtor em 2017.
Sem sombra de dúvidas, o preço recebido pelo produtor é um importante determinante da oferta do produto. Mas os custos de produção também têm papel fundamental na decisão do agricultor. Nesse sentido o setor de ovos encontra-se num período bem favorável. Em frente à tendência de alta nos preços recebidos, o Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria do Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), estimou com o levantamento por município de estimativa da produção animal para o Estado de São Paulo, um aumento de 9,4%6 na produção paulista de ovos, ou seja, 44,6 milhões de caixas.
Em relação aos preços dos insumos milho e soja, os preços praticados em 2019 estiveram abaixo dos de 2018 (Figura 3). Devido à janela de exportação do cereal, o último trimestre apresenta uma tendência de aumento de preço no mercado, o qual provavelmente impactará na receita líquida do avicultor.
Diante do exposto, conclui-se que o valor bruto da produção paulista de ovos poderá fechar o ano de 2019 em alta e que o setor ingressará em 2020 com boas expectativas. Os números mostram o crescimento moderado da produção de ovos no Estado de São Paulo, e em momentos de retração econômica, os ovos podem ajudar no orçamento.