O plano estratégico da agroindústria catarinense 2050 foi tema de análise na primeira reunião do Conselho Consultivo das entidades representativas da cadeia industrial da carne – a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) – nesta semana, em Florianópolis. A reunião foi coordenada por Clever Pirola Ávila, presidente do Sindicarne.
Santa Catarina é o Estado pioneiro na produção e nas exportações de carne de frango, comercializando o alimento em mais de 150 países. Para discutir o cenário e o futuro do setor foi criado em julho passado o Conselho Consultivo da ACAV e do Sindicarne, composto por ex-presidentes das duas entidades.
São membros do conselho Laudi Felisbino, Artêmio Paludo, Afonso Back, Lóris João Basso, José Ferreira Macedo, Sinésio Volpato, Sérgio Roberto Waldrich, Carlos Roberto Gradin, Ronaldo Kobarg Muller e Clever Pirola Ávila, Olavo Rigon, Saul Brandalise, Élvio Flores, Pedro Benhur Bohrer, Victor Fontana, Pedro Antonio Furlan, Victor Weege, José Zeferino Pedrozo, Paulo Ernani de Oliveira e Osório Dal Bello.
Na primeira reunião desse colegiado, Ávila detalhou todos os pontos do plano estratégico. Destacou as preocupações em relação à produção, incluindo sanidade animal, alimentação animal, sistema de produção agropecuário, alimento seguro, laboratórios, tecnologia, meio ambiente e segurança.
Outro ponto foi a infraestrutura, especialmente em relação à logística de transportes, a situação dos portos e aeroportos, o suprimento de energia e as possíveis parcerias público-privadas que viabilizarão esses investimentos. Também estiveram em debate os recursos humanos (profissionais, legislação trabalhista, responsabilidade social e ética) e a modernização do sistema governamental, no tocante a chancela governamental, financiamentos e sistema tributário.
Por fim, foram discutidas a comercialização, com ênfase nos mercados, incentivo ao consumo, a questão dos representantes comerciais e apoio político ao setor.
FRAGILIDADE
O presidente do Sindicarne destacou que prejudica o setor a fragilidade catarinense quanto à infraestrutura ferroviária, ligando Santa Catarina ao centro oeste brasileiro, maior produtor de grãos da América Latina. Atualmente, o Estado compra cerca de 4 milhões de toneladas de grãos ao ano, aumentando em média 30% o custo do produto em logística. “Também falta infraestrutura ferroviária ligando o oeste catarinense aos portos, criando gargalos rodoviários e altos custos para levar nossos produtos aos grandes centros consumidores e para exportação”, menciona Ávila.
Santa Catarina tem mais de 10.000 avicultores produzindo num setor que emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais de 80 mil trabalhadores. A avicultura catarinense produz 2,5% da produção mundial e detém 8% dos negócios mundiais de frangos, com destaque para Europa, Oriente Médio e Japão.