É comum ouvir-se expressões do tipo “as cooperativas não pagam impostos e, por isso, têm facilidade em crescer”. Nada mais falso: as cooperativas pagam os mesmo tributos das empresas comerciais (com exceção das operações internas), tanto que, em 2014, as 253 cooperativas catarinenses registradas na Ocesc recolheram 1 bilhão e 500 milhões de reais em impostos.
O produtor rural deve associar-se as cooperativas agropecuárias que tenham unidades próprias de processamento industrial ou estejam vinculadas a uma cooperativa central, como a Aurora. Há mais de 40 anos atrás, os produtores do oeste catarinense eram meros fornecedores de matérias-primas. Com o surgimento da Aurora (uma cooperativa de segundo grau), ficou na mão do produtor a industrialização de todas as matérias-primas, como grãos, lácteos, carnes etc. A salvação está no associativismo de qualidade, ou seja, nas cooperativas eficientes.
A economia do país passa por momentos de instabilidade. Apesar das dificuldades que marcarão o cenário econômico de 2015, o setor primário da economia terá um ano relativamente bom para as cadeias produtivas de suínos, aves e leite.
O governo, entretanto, precisa fazer sua parte porque o agronegócio padece do excesso de burocracia, da pesadíssima carga tributária, da incoerente legislação ambiental e das crônicas deficiências infraestruturais. Nossa prioridade e nosso desafio são de produzir com qualidade e competitividade para conquistar mercados mundiais, preservando a todo custo nosso status sanitário. Assim, o agronegócio continuará crescendo, embora à taxas menores. O setor primário, o cooperativismo e o agronegócio darão ao Brasil as condições para a superação dessa crise à médio prazo.
Mário Lanznaster – Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos