As cooperativas paranaenses Castrolanda, Batavo e Capal estão acertando os detalhes finais de uma parceria que vai resultar na construção de um frigorífico de suínos na região do Estado conhecida como Campos Gerais. O projeto está orçado em R$ 100 milhões e já foi aprovado pelos associados. Ele será executado em duas fases. Na primeira, terá capacidade para abate de 2,3 mil animais por dia e, depois, deve dobrar de tamanho. A intenção é que as obras comecem no primeiro semestre de 2012 e que a inauguração aconteça no segundo semestre de 2013.
Alguns terrenos na região estão sendo estudados e o objetivo é ter uma área de cerca de 40 hectares em local que facilite a logística de distribuição. A forma de participação de cada cooperativa está sendo discutida e uma das possibilidades é pelo volume de fornecimento de suínos. Os associados das três já atuam na área mas, como não possuem frigorífico próprio, fornecem para terceiros, entre eles a BRF – Brasil Foods e empresas menores.
“Como vendemos animal vivo, estamos em um mercado não muito seguro”, diz o presidente da Castrolanda, Frans Borg. Com a industrialização, segundo ele, a meta é dar mais garantias e sustentabilidade aos criadores. Borg conta que a ideia é abater para trabalhar com cortes e também embutidos.
Entre as definições pendentes está a marca. “Podemos industrializar com marca própria e também prestar serviços para terceiros”, diz Borg, que está conversando com possíveis interessados. Hoje, a Castrolanda, que fica no município de Castro, é a que tem o maior número de suínos entre as três (cerca de 60%), enquanto a Batavo, de Carambeí, e a Capal, de Arapoti, dividem o restante.
Não é a primeira vez que esses grupos se associam. Já atuaram em conjunto no passado, com a marca Batavo, antes de decidirem vender o negócio nos anos 90 para a Parmalat. Na sequência, o controle foi para a Perdigão e para a BRF.
Atualmente, essas cooperativas têm intercooperação na área de leite. Mas, com o frigorífico, farão o maior investimento conjunto dos últimos anos. Parte dele deve ser financiado – 70% a 80%. Os suínos terão como destino os mercados doméstico e externo. A Castrolanda, que atua na industrialização de batata, leite e ovinos, com marca própria e de terceiros, deve ficar com a gestão do frigorífico, mas as decisões serão compartilhadas. Ela é a maior das três: faturou R$ 1,29 bilhão em 2011. As receitas da Batavo somaram R$ 873 milhões e as da Capal, R$ 459 milhões.
Antes da parceria na área de suínos, a Batavo investiu R$ 60 milhões, em 2011, em uma fábrica de leite e criou a marca Frísia para voltar ao varejo. A unidade fica em Ponta Grossa, distante a 120 quilômetros de Curitiba.
A industrialização tem sido o caminho das cooperativas do Paraná nos últimos anos para crescer e remunerar melhor o produtor. No ano passado, elas faturaram, no total, R$ 30 bilhões.