Redação (30/01/2009)- A Coopercentral Aurora – um dos dez maiores grupos agroindustriais do país – obteve em 2008 uma receita operacional bruta de R$ 2 bilhões 671,5 milhões, configurando crescimento de 19,66%. O balanço da Aurora foi aprovado, nesta semana, pela assembléia geral.
Ao explicitar os principais números do balanço, o presidente Mário Lanznaster informou que o mercado interno respondeu por 83,23% dessas receitas (R$ 2 bilhões 223,6 milhões) e apresentou crescimento de 23,02%. O mercado externo contribuiu com 16,77% (R$ 447,9 milhões) para a composição do faturamento bruto e cresceu, no período, 5,38%.
O encarecimento dos insumos empregados na produção à campo, o aumento das despesas financeiras e os percalços com a variação cambial foram responsáveis pelo resultado negativo do ano na ordem de R$ 111,7 milhões de reais. Essas perdas, por decisão da assembléia, serão absorvidas pelo fundo de reserva da Coopercentral Aurora, evitando, assim, que cada uma das 17 cooperativas filiadas tivesse que integralizar capital correspondente às suas operações para cobrir as perdas.
Lanznaster observou que o ano encerrou com quadro econômico marcado pela instabilidade, projeções de queda do consumo mundial com conseqüente suspensão das compras de produtos brasileiros por importantes parceiros do mercado internacional, redução das exportações e diminuição de embarques. Esse cenário recomendou um forte ajuste na produção para eqüalizar oferta e demanda e evitar a canibalização dos mercados – e constitui-se em orientação das próprias instituições da agroindústria brasileira à qual aderiu Coopercentral Aurora. A empresa, contudo, acredita que esse cenário desfavorável será revertido no segundo semestre de 2009 e já conta com uma notícia positiva: é a primeira indústria brasileira a fechar embarques para o Chile.
No segmento de suínos, o abate de suínos cresceu 4,7% e atingiu 3 milhões 223 mil cabeças. A produção in natura (274,8 mil toneladas) e a industrialização de carne suína (243,5 mil toneladas) permaneceram estáveis em relação ao ano anterior. No esforço pela crescente verticalização do setor, a Coopercentral Aurora aumentou em 34,3% os abates na modalidade Suicooper III. A empresa implantou o projeto “Suíno ideal” para estabelecer uma padronização definitiva e fornecer aos abatedouros carcaças com características ideais para melhor aproveitamento industrial.
No segmento de aves, foram abatidos 119 milhões 979 mil frangos com incremento de 6,67%. A produção in natura de carne de frango cresceu 8,4% e atingiu 228,2 mil toneladas. A industrialização de aves evoluiu 57% para 36 mil toneladas. A produção de rações cresceu 8,84% (913,4 mil toneladas) e a produção de massas, pizzas, pão de queijo e lasanha, 25% (1,9 mil toneladas).
No segmento de lácteos, a Coopercentral Aurora processou 224,8 milhões de litros de leite em 2008, volume 22,1% maior em relação ao ano anterior, permitindo incremento na produção de leite longa vida, queijos, bebidas lácteas e creme de leite.
No início do quarto trimestre, motivada pelo quadro de incertezas criado pela crise financeira internacional, a Coopercentral Aurora anunciou a suspensão temporária de investimentos da ordem de R$ 871 milhões do programa de expansão industrial. Dessa forma, foi adiada a construção das duas unidades industriais de abate e processamento de aves de Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina e de Carazinho, na região sul-rio-grandense do Alto Jacuí que tomariam 800 milhões de reais. Por decisão da assembléia geral, nesta semana, os dois investimentos continuarão suspensos em 2009.
Por outro lado, a assembléia geral confirmou um plano de investimentos da ordem de R$ 116 milhões para conclusão da fábrica de ração animal no município de Cunha Porã iniciada em 2008 (investimentos totais R$ 54 milhões, investimentos finais em 2009 R$ 14 milhões). O plano também prevê a conclusão da maior indústria de produtos lácteos do país, instalada à margem da BR-282, no município de Pinhalzinho (SC), com capacidade inicial de processamento de 600 mil litros de leite por dia. A segunda fase entrará em operação no segundo semestre de 2009, com a conclusão do sistema de produção de leite em pó e soro em pó, sendo que somente para secagem serão utilizados 650 mil litros/dia e 750 mil litros/dia de soro (investimentos totais R$ 150 milhões, investimentos de 2009 R$ 95 milhões).
O terceiro projeto que terá continuidade é a central hidrelétrica (PCH) de Chapecó, que absorverá R$ 3 milhões.
AÇÕES
As dificuldades não afastaram a empresa de seus compromissos com a comunidade regional envolvente: a natureza cooperativista da Aurora e o compromisso com uma política de ações de responsabilidade social empresarial levaram a revitalização da Fundação Aury Luiz Bodanese que, em 2008, passou a atuar como o instrumento operacional, desenvolvendo ações, projetos e programas nas áreas social, cultural, ambiental, recreativa e desportiva do conglomerado agroindustrial. Durante o ano foram desenvolvidos dezenas de programas sociais externos e internos, beneficiando cerca de 22.500 pessoas.
No universo da produção agropecuária – base das riquezas que a Aurora processa – foram reeditados durante o ano os maiores e mais exitosos programas de formação profissional rural do país (De Olho na Qualidade e Qualidade Total Rural). A Coopercentral Aurora, em parceria com Sebrae, Senar, Sescoop e cooperativas agropecuárias filiadas, beneficiou 4.700 produtores rurais do extremo-oeste, oeste, meio-oeste, Planalto Norte e Planalto Serrano de Santa Catarina. Uma das inovações de 2008 foi a instituição do prêmio Aury Luiz Bodanese para as melhores propriedades de cada cooperativa e para as melhores do sistema cooperativo.
O presidente Mário Lanznaster destacou que o sistema cooperativo priorizou preparar estes produtores para que se tornem empresários rurais e conduzam com maior eficiência suas atividades agrícolas e pecuárias. Esse trabalho prepara o produtor para a implantação do avançado sistema de rastreabilidade para as cadeias produtivas do leite, da avicultura e da suinocultura, envolvendo a Coopercentral Aurora, as 16 cooperativas agropecuárias filiadas e seus 71.000 produtores rurais cooperados. Essa experiência em rastreabilidade é uma das primeiras e mais complexas do país e permitirá detectar, registrar e rastrear um insumo ou produto desde a origem (na granja) até o destino final (na mesa do consumidor).